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Israel diz ter ‘controle total’ do espaço aéreo de Teerã e alerta iranianos para deixarem capital

Premiê Benjamin Netanyahu afirmou que caças israelenses serão despachados 'em breve' e ministro da Defesa prometeu que cidade 'vai arder'

Por Amanda Péchy SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 16 jun 2025, 10h32 - Publicado em 16 jun 2025, 10h26

Fumaça e chamas sobem ao céu após um ataque israelense ao depósito de petróleo de Shahran, em 15 de junho de 2025, em Teerã, no Irã. (Stringer/Getty Images)

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira, 16, que o Exército do país conquistou o “controle total” do espaço aéreo de Teerã e alertou os habitantes da capital iraniana para deixarem suas casas. Seu ministro da Defesa, Israel Katz, prometeu que a cidade “vai arder” se mais mísseis forem disparados contra cidades israelenses. No entanto, a República Islâmica não deu sinais de arrefecimento, prometendo uma “resposta mais severa e poderosa” e ameaçando atacar navios e bases militares de aliados israelenses.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) miraram as defesas aéreas ao redor de Teerã na manhã de sábado 14 e estavam cada vez mais confiantes de que haviam alcançado total superioridade aérea e liberdade de ação nos céus da capital.

“A rota aérea para Teerã está efetivamente aberta”, disse um oficial das IDF. Mais tarde, Netanyahu disse: “Em um futuro muito próximo, vocês verão jatos da Força Aérea israelense sobrevoando os céus de Teerã.”

Aviões de guerra da Força Aérea, disse o primeiro-ministro israelense, veriam como alvo “qualquer local e qualquer alvo do regime dos aiatolás”, após o que chamou de um “golpe real” ao programa nuclear iraniano na última sexta-feira 13.

Pouco depois, a mídia iraniana noticiou uma “explosão massiva” em uma refinaria na cidade portuária de Kangan, ligada ao campo de gás de South Pars, o maior do mundo. Foi o primeiro ataque à indústria de petróleo e gás do Irã, um acontecimento com consequências econômicas e ambientais potencialmente enormes. O Ministério do Petróleo iraniano informou que o incêndio resultante foi extinto no final da noite de sábado.

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“Teerã vai arder”

A ameaça de Katz sobre destruir a capital do Irã, por sua vez, foi feita após uma salva de centenas de mísseis balísticos e drones contra Tel Aviv e Haifa. Pelo menos 22 israelenses, a maioria civis, morreram nos últimos quatro dias de conflito. Já os israelenses mataram ao menos 224 pessoas no Irã, 90% das quais seriam civis, segundo o Ministério da Saúde do país. Mais de 1.400 pessoas ficaram feridas.

Katz, cujas forças já arrasaram grandes partes de Gaza, responsabilizou o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, pelo destino de Teerã.

“O ditador iraniano está tomando os cidadãos do Irã como reféns, trazendo uma realidade na qual eles, e especialmente os moradores de Teerã, pagarão um alto preço pelos flagrantes danos infligidos aos cidadãos israelenses”, disse Katz. “Se Khamenei continuar a disparar mísseis contra a frente israelense, Teerã vai arder.”

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O conflito começou com um ataque surpresa israelense na sexta-feira 13, que mirou, em particular, locais ligados ao programa nuclear iraniano e eliminou o alto escalão do comando militar do país. A República Islâmica continua afirmando que as atividades de enriquecimento de urânio não têm fins militares, embora países ocidentais e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmem que poderiam ser usadas para fabricar uma bomba atômica.

Escalada de hostilidades

As ameaças mútuas aumentam os riscos de uma escalada dramática no conflito. Negociações entre Estados Unidos e Irã que ocorreriam no final de semana em Omã foram abandonadas – Teerã falou em diplomacia “sem sentido”.

Na manhã de domingo, ambos os lados lançaram uma nova onda de ataques, com as forças israelenses afirmando atingir alvos militares em Teerã e o prédio do Ministério da Defesa, enquanto mísseis iranianos penetravam as defesas aéreas no norte e centro de Israel.

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Líderes iranianos mantiveram uma postura desafiadora. O presidente, Masoud Pezeshkian, prometeu que a continuação dos ataques israelenses produziria uma “resposta mais severa e poderosa”, o novo comandante da Guarda Revolucionária prometeu que suas forças “abririam as portas do inferno” para Israel, e a mídia estatal iraniana citou autoridades alertando os Estados Unidos, o Reino Unido e a França de que suas bases militares e navios seriam alvos legítimos caso ajudassem a abater mísseis e drones iranianos.

Ir até o fim com a ameaça seria uma aposta de alto risco, arrastando forças ocidentais para o conflito, quando o Irã já está sofrendo com bombardeios israelenses contínuos.

Em uma sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas na sexta-feira, o diplomata americano McCoy Pitt alertou: “Nenhum representante do governo ou ator independente deve atingir cidadãos, bases ou infraestruturas americanas na região. As consequências para o Irã seriam terríveis.”