Israel ameaça intensificar ataques contra Gaza; conflito já soma 31 mortos
A maior parte das vítimas é palestina: são 28 mortos, entre eles 10 crianças, de acordo com as autoridades locais
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou nesta terça-feira, 11, que Israel vai intensificar a força e a frequência de seus ataques contra a Faixa de Gaza, após o segundo dia de conflitos com os palestinos. Ao todo, 31 pessoas morreram durante a troca de bombardeios entre israelenses e as forças do Hamas.
Segundo as autoridades médicas dos dois lados, as vítimas são 28 palestinos – entre eles 10 crianças -, e dois israelenses. Ao menos 152 pessoas também ficaram feridas do lado palestino.
Ainda assim, Netanyahu disse que suas Forças Armadas não irão pausar a ofensiva. “Estamos no meio de uma campanha. O Hamas receberá golpes que não esperava”, disse o premiê.
O ministro da Defesa, Benny Gantz, afirmou que o objetivo da operação, apelidada de “Guardião dos Muros”, é “golpear o Hamas com força, enfraquecê-lo e fazê-lo se arrepender de sua decisão” de atacar Israel. Ele afirmou que a ofensiva militar não tem prazo determinado para terminar e deve se prolongar pelos próximos dias.
A escalada de hostilidades foi desencadeada por confrontos entre manifestantes palestinos e policiais israelenses na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, no final de semana. Tudo começou quando um grupo de palestinos foi impedido de entrar no complexo, um dos locais mais reverenciados pelo islamismo e pelo judaísmo.
Em retaliação, o grupo Hamas disparou ao menos sete mísseis contra áreas do território israelense de Jerusalém na tarde de segunda-feira, 10, ato que terminou sem nenhum ferido. Esta foi a primeira vez que o Hamas atacou a cidade desde 2014.
Em nova resposta, Israel lançou uma série de foguetes em direção à Faixa de Gaza e causou o maior número de mortos desde maio de 2018, quando 60 palestinos foram mortos durante protestos referentes à inauguração da nova embaixada americana em Jerusalém.
Mais tarde, as autoridades israelenses confirmaram que duas mulheres morreram em ataques com foguetes na cidade de Ashkelon, no sul do país. A polícia disse ainda que mais de 30 pessoas ficaram feridas, embora os militares tenham afirmado que suas defesas aéreas estavam interceptando cerca de 90% dos disparos vindos de Gaza.
A população da Faixa de Gaza é a mais atingida em conflitos como esse, principalmente porque vive em situação de grande fragilidade. Apesar da região ser controlada pelo Hamas – considerado uma facção terrorista por Israel, EUA e União Europeia -, há muitas famílias e civis que vivem ali. A força militar de Israel também é muito superior a do grupo palestino.