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Irã rompeu com mais um compromisso do acordo nuclear, acusa ONU

Com novas centrifugas, país poderá enriquecer urânio em maior quantidade

Por Da Redação
26 set 2019, 17h02

A República Islâmica do Irã iniciou, ou está prestes a iniciar, o enriquecimento de urânio utilizando-se das novas centrífugas que acabaram de serem instaladas no país. É o que aponta relatório divulgado nesta quinta-feira, 26, da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), braço da ONU encarregado de monitorar o cumprimento do acordo.

De acordo com o texto, as centrífugas instaladas na central de Natanz “estão ativas ou já foram preparadas para realizar o enriquecimento de urânio”.

O anúncio, porém, não veio de surpresa. Em 7 de setembro, o governo de Teerã divulgou que tinha ligado as centrifugas para aumentar seu estoque de urânio enriquecido, que, desde julho, excede o limite de 300 quilos estabelecido pelo Plano Conjunto de Ação Global (JCPOA).

O acordo de 2015 sobre o programa nuclear do Irã, que previa a retirada de sanções internacionais em troca do comprometimento do governo persa em não buscar a bomba nuclear, autoriza Teerã a produzir urânio enriquecido apenas com centrífugas de primeira geração (IR-1). A instalação de centrífugas em cascata acelera o processo de enriquecimento.

O Irã viola os compromissos do JCPOA desde março deste ano, devido a saída dos Estados Unidos do acordo em 2018 e a reimposição de sanções americanas contra Teerã que afetaram gravemente a economia do país. Portanto, o não cumprimento do acordo por parte da República Islâmica faz parte de uma estratégia para pressionar os americanos e países europeus a voltarem ao acordo. Porém, o presidente do Irã, Hassan Rohani, avisou em seu discurso na Assembléia-Geral da ONU que a “paciência tem limites” insinuando que poderá romper de vez com o JCPOA.

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Os Estados Unidos e o Irã, devido ao descumprimento iraniano e a “campanha de pressão máxima” dos americanos contra Teerã, quase entraram em conflito aberto nos últimos meses. Diversos episódios envolvendo sabotagens de navios petroleiros, abates de drones e, mais recentemente, os ataques contra uma das instalações da maior refinaria da Arábia Saudita, a Aramco, deixaram a península Arábica no limiar de uma guerra.

Desde maio, Teerã aumentou seus estoques de urânio enriquecido além do limite estabelecido no contrato e agora enriquece esse minério a 4,5%, acima do teto (3,67%), mas muito longe o limiar necessário para uso militar.

(Com AFP)

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