Teerã, 10 jul (EFE).- O Irã ofereceu nesta terça-feira sua ajuda ao enviado da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, para buscar uma solução negociada ao conflito no país árabe, e advertiu que uma decisão errada pode causar uma catástrofe na região.
Após um encontro com Annan em Teerã, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, pediu ‘prudência’ aos países vizinhos para evitar uma catástrofe no Oriente Médio e no Golfo Pérsico como consequência do conflito sírio.
‘Não podemos permitir que a situação piore, pois isso não beneficiaria ninguém’, declarou Salehi em entrevista coletiva conjunta com Annan.
Annan, por sua vez, alegou que, se seu plano de paz para a Síria fracassar, poderá acontecer um ‘desastre’, e acrescentou que recebeu o apoio do Irã, um dos mais sólidos aliados do regime de Damasco, para buscar uma saída ao conflito, que começou há quase um ano e meio e custou pelo menos 11 mil vidas, segundo a ONU.
Segundo o ex-secretário geral das Nações Unidas, o Irã desempenha um papel ‘positivo’ para a solução do conflito na Síria, país que segundo ele precisa de uma negociação com participação do governo de Damasco e ‘todos os partidos políticos’.
‘A participação do Irã para ajudar a solucionar a crise da Síria é importante e necessária, e essa é a razão pela qual retornei a Teerã’, declarou Annan, que visitou a capital iraniana pela primeira vez como mediador para a Síria no dia 10 de abril.
Em relação à reunião internacional sobre a Síria da semana passada, em Genebra, Annan afirmou que os países presentes apoiaram a busca de um acordo pacífico e lamentou que o Irã não estivesse presente no encontro.
O chefe da diplomacia iraniana reiterou a postura de Teerã, um dos poucos aliados do regime de Damasco, de apoiar o plano de paz de Annan e também as reformas propostas pelo presidente sírio, Bashar al Assad.
Após sua reunião com Salehi, Annan se encontrou com o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Saeed Jalili, que após o encontro declarou: ‘a solução da questão síria deve ser entre sírios e sem a intervenção estrangeira’, informou a agência oficial iraniana ‘Irna’.
Enquanto Teerã responsabiliza os EUA e alguns países árabes de promover e armar grupos opostos ao governo de Damasco, aos quais qualifica como ‘terroristas’, a oposição que pretende derrubar Assad acusa o Irã de dar assessoria e apoio militar, tanto em homens como em armas, à repressão do regime.
Sobre este tema, Jalili atacou o governo dos Estados Unidos e alguns de seus aliados de ‘apoiarem os ditadores e atitudes não democráticas’, por isso considera que ‘não podem fazer parte da solução do conflito da Síria’.
Para ele, a população da região ‘identifica os Estados Unidos como uma parte importante dos problemas locais’. EFE