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Irã diz que não vai renegociar acordo nuclear

Secretário-geral da ONU faz apelo a Donald Trump pela manutenção dos EUA no acordo até que haja alternativa melhor

Por Da redação
3 Maio 2018, 13h06

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, criticou a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar o país do acordo nuclear e reiterou que os iranianos não vão renegociar seus termos.

Em vídeo publicado no YouTube nesta quinta-feira, Zarif afirmou que não “terceirizaremos nossa segurança, nem renegociaremos ou acrescentaremos um acordo que já implementamos de boa fé”. Ele ainda acusou os Estados Unidos de terem violado o acordo em diversas ocasiões e lançou o questionamento se o país honraria um novo acordo.

“Em 11 ocasiões desde então, a agência nuclear da ONU confirmou que o Irã adotou todas as suas obrigações. Em contraste, os Estados Unidos violaram sistematicamente o acordo, especialmente por intimidar outros de fazer negócios com o Irã”.

Ele ainda ironizou: “colocando em termos imobiliários, quando você compra uma casa e leva sua família para lá, ou a demole para construir um arranha-céu, você não pode voltar dois anos depois e renegociar o preço”.

Donald Trump planeja anunciar no próximo dia 12 se vai retirar ou não seu país do acordo assinado com o Irã – mais China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha. Teerã concordou, no acordo, em limitar seu programa nuclear em troca da suspensão das sanções econômicas americanas e europeias. O presidente chamou os termos do acordo de ridículos. “É ridículo. É terrível. Nunca deveríamos tê-lo assinado. Mas vamos falar sobre isso”, afirmou.

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ONU pede a Trump não deixar acordo

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, pediu a Donald Trump não denunciar o acordo nuclear com o Irã. Segundo ele, o Oriente Médio se tornará um lugar ainda mais perigoso se houver o fim do acordo sem outro compromisso melhor que o compense.

Em entrevista à Rádio 4 da BBC, o secretário geral relembrou que o acordo foi uma conquista diplomática e apelou para que Trump opte por não rompê-lo. “Se um dia houver um acordo melhor para substituí-lo, tudo bem. Mas não devemos descartá-lo, a menos que tenhamos uma boa alternativa”, afirmou.

“Acredito que o acordo nuclear foi uma importante vitória diplomática e acho que será importante preservá-lo, mas também acredito que há áreas em que será muito importante ter um diálogo significativo, porque vejo a região numa posição muito perigosa”. Guterres acrescentou que compreende o temor dos outros países sobre a influência do Irã na região, “mas é preciso saber separar as coisas”.

França, Reino Unido e Alemanha também já pediram para Trump não romper o acordo. O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou Washington na semana passada na esperança de persuadir Trump a não impor novamente sanções contra o Irã nem colocar o acordo em risco. Mas a Casa Branca não pareceu convencida de seus argumentos.

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Macron ressaltou que o acordo é a melhor maneira de monitorar a atual atividade do regime iraniano. Esses países já indicaram que podem manter um acordo com Teerã apesar da decisão dos Estados Unidos.

Para o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Jack Straw, o rompimento do acordo pode ter o efeito contrário ao desejado por Trump. “A grande ironia da posição do presidente Trump é que fará o contrário do que pretende. Isso vai minar o presidente Hassan Rouhani e todos aqueles que tentam reformar o Irã. Também acabará com todas as restrições de um programa nuclear sério”, afirmou.

Guterres também ressaltou os riscos de um conflito entre Irã e Israel, algo que, precisa ser evitado. O secretário-geral está em Londres para uma visita de três dias, onde deve discutir as atuais tensões diplomáticas com a Rússia e maneiras de evitar uma paralisia do Conselho de Segurança.

(Com Estadão Contéudo)

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