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Interferências políticas de Musk aumentam, e vendas da Tesla desabam na Europa

Mudanças em vendas por conta da imagem do bilionário também aconteceram em solo americano

Por Caio Saad SEGUIR SEGUINDO 25 fev 2025, 13h13

wewewew — Elon Musk durante a Conferência Conservadora CPAC. 20/02/2025 (SAUL LOEB/AFP)

As vendas de carros novos da montadora americana Tesla caíram quase pela metade na Europa no mês passado, de acordo com dados publicados nesta terça-feira, 25, em meio às crescentes interferências políticas de Elon Musk, presidente-executivo da empresa em continente europeu.

A montadora sediada no Texas vendeu 9.945 veículos na Europa em janeiro, uma queda de 45% em relação aos 18.161 do ano passado, de acordo com dados da European Automobile Manufacturers’ Association (ACEA). A participação de mercado da Tesla caiu de 1,8% para 1%.

A queda pode ser uma reação negativa dos consumidores às interferências de Musk em assuntos políticos europeus e de seu papel como conselheiro sênior do governo de Donald Trump, que o encarregou de cortar custos — incluindo através do fechamento do programa de ajuda externa.

Nos últimos meses, o bilionário da tecnologia, um conselheiro próximo do presidente dos EUA, tornou-se um apoiador ferrenho da extrema-direita alemã da AfD, chegando a fazer uma saudação entendida por muitos como nazista. No Reino Unido, criticou abertamente o primeiro-ministro Keir Starmer e outros políticos por um suposto acobertamento de um escândalo, sem apresentar evidências, e gerou ira do presidente francês, Emmanuel Macron, após uma enxurrada de publicações nas redes sociais criticando políticos proeminentes europeus.

Mudanças em vendas por conta da imagem do bilionário também aconteceram em solo americano. Nos estados tradicionalmente democratas, o número de compradores recorrentes da Tesla caiu de 72% no último trimestre de 2023 para 65% no último trimestre de 2024. Enquanto isso, os compradores recorrentes de carros da montadora nos estados tradicionalmente republicanos aumentaram ligeiramente de 47,6% no final de 2023 para 48,2% durante os últimos três meses do ano passado.