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Instalar armas nucleares em Belarus é ‘irresponsável’, diz Alemanha

País faz fronteira com Letônia, Lituânia e Polônia, três membros da Otan; Putin disse que medida é uma resposta ao apoio britânico a Kiev

Por Da Redação
27 mar 2023, 16h47

Após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciar no sábado 25 que vai posicionar armas nucleares táticas em Belarus, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha descreveu, nesta segunda-feira 27, o comunicado do chefe de Estado russo como “irresponsável”. Berlim considera que a estratégia vai provocar uma escalada no conflito com a Ucrânia.

A Alemanha enxerga que o anúncio de Moscou é uma “outra tentativa de intimidação nuclear”, rejeitando a retórica “irresponsável” expressamente.

“É claro que não seremos influenciados em nosso curso de apoio à Ucrânia em sua autodefesa” apontou a porta-voz da chancelaria alemã, Andrea Sasse.

A decisão de Putin soou como um alerta para o Ocidente, que está intensificando seu apoio militar a Kiev. Belarus faz fronteira com a Letônia, Lituânia e Polônia, três países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Logo no início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia usou o território bielorrusso como base para enviar soldados a Kiev.

Segundo o líder russo, a medida foi desencadeado pela decisão do Reino Unido de fornecer munições com urânio empobrecido, capazes de perfurar blindados, ao exército ucraniano. O elemento é um subproduto do processo de enriquecimento necessário para criar armas nucleares e não é capaz de provocar uma explosão, mas ainda emite níveis baixos de radiação e podem prejudicar a saúde dos animais, solo e pessoas no território da Ucrânia.

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No último sábado, Putin afirmou que a decisão foi negociada com o presidente bielorusso, Alexander Lukashenko, que, segundo ele, levantou “há muito tempo” a possibilidade de instalar armas nucleares táticas no seu território.

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Armas nucleares táticas são destinadas ao uso no campo de batalha. Comparadas com ogivas nucleares – os mísseis de longo alcance –, não são tão poderosas, visto que têm curto alcance e baixo rendimento. Ainda assim, podem ser devastadoras devido ao poder de contaminação da radiação.

Atualmente, a Rússia planeja manter o controle sobre os dispositivos enviados para Belarus e, segundo o presidente russo, as instalações vão ser concluídas até o dia 1º de julho. O governo dos Estados Unidos estima que Moscou pode posicionar cerca de 2.000 armas nucleares táticas no país vizinho, incluindo bombas, mísseis de curto alcance e projéteis menores.

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Para Putin, a medida controversa apenas segue o exemplo dos Estados Unidos, já que Washington tem armas nucleares posicionadas em territórios parceiros da Otan – Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda e Turquia.

“Estamos fazendo o que eles vêm fazendo há décadas, instalando [armas nucleares] em certos países aliados, preparando as plataformas de lançamento e treinando suas tripulações”, afirmou Putin em entrevista à televisão estatal. “Vamos fazer a mesma coisa.”

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Mover parte do arsenal russo para Belarus tem potencial para aumentar as tensões em relação à Ucrânia, já que aproxima as armas de Moscou do território invadido.

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Por muito tempo, comentaristas radicais russos instigaram o Kremlin a posicionar armas nucleares táticas mais perto do território ucraniano, para enviar um sinal ao Ocidente sobre sua disposição de usá-las. Até o momento, no entanto, os Estados Unidos afirmaram que não há indicação de que o anúncio de Putin represente uma ameaça nuclear concreta.

“Não vimos nenhuma razão para ajustar nossa própria postura nuclear estratégica, nem quaisquer indícios de que a Rússia esteja se preparando para usar uma arma nuclear”, destacou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, Adrienne Watson. “Continuamos comprometidos com a defesa coletiva da aliança da Otan”, acrescentou.

No ano passado, Putin observou que a Rússia ajudou a modernizar aeronaves militares bielorrussas e tornou-as capazes de transportar ogivas nucleares. Segundo o presidente, 10 desses aviões estão prontos para voar, e que poderiam lançar mísseis russos Iskander, pequenas bombas atômicas de curto alcance.

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