Incêndios florestais na Coreia do Sul se tornam os mais letais já registrados no país
Pelo menos 26 pessoas foram mortas pelas chamas e outras dezenas ficaram feridas

Os incêndios florestais que se alastraram pela Coreia do Sul desde o fim de semana se tornaram os maiores e mais letais já registrados no país desde o início da compilação de estatísticas, em 1987. Pelo menos 26 pessoas foram mortas pelas chamas e outras dezenas ficaram feridas.
Mais de uma dúzia de focos de incêndio foram registrados no país até agora, forçando cerca de 37 mil pessoas a deixarem suas casas com urgência, segundo a agência de notícias Yonhap.
O avanço rápido das chamas, impulsionado por ventos fortes e pelo clima seco, tem dificultado os esforços das equipes de combate ao fogo.
Terra arrasada
As chamas, alimentadas por ventos fortes e tempo seco, já queimaram mais de 36 mil hectares, destruindo bairros inteiros e centenas de estruturas, incluindo o templo Gounsa, de mais de mil anos de idade, em Uiseong. Diversas escolas foram fechadas e as autoridades precisaram orquestrar a transferência de cerca de 500 detentos das prisões localizadas nas zonas de risco.
Os incêndios começaram na noite da última sexta-feira 21 no condado de Sancheong, na província norte de Gyeongsang, e logo se espalharam para o condado vizinho de Uiseong e avançaram para os condados de Andong, Cheongsong, Yeongyang e Yeongdeok.
Mudança climática
O agravamento dos incêndios ocorre em meio a um cenário de mudanças climáticas preocupantes. Em 2024, a Coreia do Sul registrou o ano mais quente de sua história, com temperatura média de 14,5°C — dois graus acima da média das últimas três décadas. Além disso, a região atingida pelos incêndios enfrenta um período de seca, com chuvas abaixo do esperado.
O chefe da divisão de desastres e segurança do país, Lee Han-kyung, disse que os incêndios expuseram a “dura realidade” do aquecimento global.
“Estamos nacionalmente em uma situação crítica com inúmeras vítimas por causa da rápida disseminação sem precedentes dos incêndios florestais”, disse o presidente em exercício da Coreia do Sul, Han Duck-soo, recém restaurado ao cargo em meio a uma crise política.
O presidente afirmou anteriormente que as chamas excederam todos os modelos de previsão para tal desastre e “estão causando danos sem precedentes”.