Imagens mostram ‘falha catastrófica’ em teste do novo míssil balístico Sarmat da Rússia
Crateras foram vistas no Cosmódromo de Plesetsk, no norte da Rússia
A Rússia enfrentou uma “falha catastrófica” em teste do míssil balístico Sarmat, arma fundamental na modernização do arsenal nuclear do país, segundo especialistas que analisaram imagens do local de lançamento, ouvidos pela rede americana CNN.
As fotografias de satélite capturadas pela empresa de tecnologia Maxar, no sábado 21, mostram uma cratera de aproximadamente 60 metros de largura no silo de lançamento do Cosmódromo de Plesetsk, no norte da Rússia. Elas revelam danos extensos que não eram visíveis nas fotos tiradas no início do mês.
O míssil intercontinental RS-28 Sarmat foi projetado para lançar ogivas nucleares a alvos a milhares de quilômetros, incluindo os Estados Unidos e a Europa. Contudo, seu desenvolvimento tem sido marcado por atrasos e contratempos em testes.
Timothy Wright, pesquisador do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) em Londres, observou que a destruição em torno do silo sugere uma falha logo após a ignição. “Uma possível explicação é que o primeiro estágio do propulsor não acionou corretamente ou teve uma falha mecânica catastrófica, fazendo com que o míssil caísse ou explodisse próximo ao silo”, disse ele à Reuters.
O Kremlin redirecionou perguntas sobre o Sarmat ao Ministério da Defesa, que não respondeu nem fez nenhum anúncio sobre os testes planejados recentemente.
Com a guerra na Ucrânia intensificando as tensões entre Moscou e o Ocidente, os EUA e seus aliados estão monitorando de perto o desenvolvimento do arsenal nuclear da Rússia. Desde o início do conflito, o presidente Vladimir Putin afirmou repetidamente que a Rússia possui o maior e mais avançado arsenal nuclear do mundo, alertando o Ocidente para não ultrapassar limites que poderiam levar a um confronto nuclear.
O RS-28 Sarmat de 35 metros de comprimento, conhecido no Ocidente como Satan II, tem um alcance de 18.000 quilômetros e um peso de lançamento de mais de 208 toneladas. A mídia russa diz que ele pode transportar até 16 ogivas nucleares independentemente direcionáveis, bem como veículos planadores hipersônicos Avangard, um novo sistema que Putin disse ser inigualável pelos inimigos da Rússia.
A Rússia chegou a dizer que o Sarmat estaria pronto em 2018, substituindo o SS-18 da era soviética, mas a data de implantação foi adiada várias vezes.
Putin afirmou em outubro de 2023 que a Rússia tinha quase concluído o trabalho no míssil. Seu ministro da Defesa na época, Sergei Shoigu, disse que ele estava pronto para formar “a base das forças nucleares estratégicas terrestres da Rússia”.