Hungria dá aprovação final e abre caminho para Suécia entrar na Otan
Entrada do país na aliança foi aprovada por 188 votos, com seis votos contra e nenhuma abstenção
O Parlamento da Hungria aprovou nesta segunda-feira, 26, a entrada da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte, retirando o último obstáculo à adesão do país à principal aliança militar ocidental.
A decisão da Hungria, último membro da aliança a autorizar a adesão, se dá poucos dias depois de uma visita do primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, para a assinatura de um acordo de armas. A entrada do país na Otan foi aprovada por 188 votos no Parlamento húngaro, com seis votos contra e nenhuma abstenção.
“Hoje é um dia histórico”, disse Kristersson em publicação no X, antigo Twitter. Também na rede social, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que “a entrada da Suécia nos deixará mais fortes e seguros”.
A adesão da Finlândia e da Suécia, que não entra em guerra desde 1814, é a expansão mais significativa da aliança desde a entrada de países da Europa Oriental na década de 1990.
Após a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Suécia e Finlândia abandonaram políticas de décadas de não alinhamento militar e solicitaram adesão à Otan. Enquanto Helsinque conseguiu sua aprovação, a solicitação sueca seguia estagnada principalmente por negativas da Turquia e, então, da Hungria.
A demora para a adesão se deu por conta de críticas da Suécia à erosão democrática da Hungria sob o primeiro-ministro Viktor Orbán.
No caso da Turquia, o principal entrave estava ligado à recusa do país em extraditar dezenas de curdos que Ancara afirma serem militantes foragidos após uma tentativa fracassada de golpe em 2016.
Para piorar, no início do ano passado, as relações entre Turquia e Suécia sofreram um grande golpe após uma manifestação em frente à embaixada turca em Estocolmo, durante a qual um político anti-imigração incendiou uma cópia do Alcorão. Em resposta, manifestantes turcos queimaram a bandeira sueca na frente da embaixada do país em Ancara.
Com a Suécia a seguir a Finlândia na Otan, o presidente russo, Vladimir Putin, conseguiu efetivamente aquilo que procurava evitar quando iniciou a invasão da Ucrânia: uma expansão da aliança.