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Hondurenhos furam bloqueio policial do México e avançam para os EUA

Governo americano ameaça suspender acordo comercial e posicionar militares na fronteira se governo mexicano não segurar a caravana

Por Da Redação
19 out 2018, 18h29

Milhares de emigrantes de Honduras em caravana a pé rumo aos Estados Unidos furaram nesta  sexta-feira (19) um bloqueio de policiais e militares na fronteira entre a Tecun Uman, na Guatemala, e o México. O governo mexicano foi duramente ameaçado pela Casa Branca a não permitir o avanço dos hondurenhos.

“Sigo feliz, não vamos fazer nada de mau, só queremos trabalho”, disse uma mulher que andava de mãos dadas com uma menina, em meio à marcha maciça que entrou na ponte internacional que liga a Guatemala ao México.

Os hondurenhos conseguiram furar uma barreira de dezenas de policiais da tropa de choque e de militares em veículos blindados. Também abriram e dobraram uma cerca metálica que impedia a passagem deles para o outro lado da fronteira.

Houve momentos de tensão antes de as autoridades mexicanas cederem e deixarem a caravana passar. A massa de emigrantes, repetindo palavras de ordem como “Sí, se puede!” (Sim, é possível, o lema da campanha eleitoral do democrata Barack Obama, em 2008), se posicionaram na frente de cerca de 20 policiais que formavam um cordão de isolamento. Mulheres e crianças tomaram parte desse enfrentamento.

Estima-se que 4.000 migrantes hondurenhos participam desta caravana, que saiu no sábado (13) da cidade de San Pedro Sula, no norte de Honduras, após uma convocação divulgada pelas redes sociais. Desde 14 de outubro, um dia depois de o grupo partir, a Cruz Vermelha atendeu 768 pessoas da caravana.

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Tratam-se de pessoas que fugir da violência das gangues (maras) e da pobreza do país centro-americano, mesmo sob as ameaças do presidente, Donald Trump, de impedir o ingresso nos Estados Unidos sob a mira da polícia da fronteira.

Nesta semana, Trump chegou a ameaçar o governo mexicano com a dissolução do recente acordo de livre comércio que substituiu o Nafta e foi batizado de USMCA se o país vizinho não segurasse a caravana de hondurenhos. Também afirmou que militares serão posicionados na fronteira dos Estados Unidos com o México para impedir a passagem dos emigrantes.

Barragem mexicana

Imigrantes hondurenhos
Imigrantes de Honduras em posto de controle entre Guatemala e México – 19/10/2018 (Edgard Garrido/Reuters)
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“Graças a Deus, uma porta a mais se abre para nós”, disse Gustavo Molina, de 35 anos, enquanto cruzava o posto fronteiriço com o México, após percorrer 255 km por rodovia. “Tomara que, nos Estados Unidos também abram” as portas, acrescentou ele, com a filha de 2 anos nos ombros.

A caravana se dispersou pelo território mexicano, com o objetivo de dificultar a interceptação pelas autoridades imigratórias do México e alcançar a fronteira do país com os Estados Unidos. Mesmo com esse artifício, o caminho dos hondurenhos não será nada fácil.

Entre Tecum Uman e Tijuana, a principal passagem oficial entre os dois países, a distância a ser percorrida é de 3.185 quilômetros. Até outra passagem, Ciudad Juaréz, são 2.384 quilômetros. Além disso, nesta sexta-feira, o  governo do México prometeu enfrentar os emigrantes.

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Pressionado pelo secretário americano de Estado, Mike Pompeo, que o visitou hoje na Cidade do México, o ministro de Relações Exteriores mexicano, Luis Videgaray, afirmou ser um “desafio” barrar os hondurenhos.

O governo mexicano pediu auxílio à Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) para registrar os hondurenhos dispostos a se refugiarem no México como meio de impedir a dispersão da multidão – e de apaziguar Trump.

Videgaray insistiu que os emigrantes hondurenhos poderão apresentar seus pedidos para entrar no México ou postular o status de refugiados individualmente. Aqueles que não tiverem uma justificativa legítima para seguir viagem ou ficarem em seu território, porém, serão devolvidos a Honduras.

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“Não tivemos uma caravana ou grupo deste tamanho procurando refúgio ao mesmo tempo. Foi  por isso que buscamos o apoio dos Estados Unidos”, explicou Videgaray.

Publicamente, Pompeo agradeceu o México por seus esforços para lidar com o fluxo imigratório. Há muitos anos, o México tem atuado como uma barreira inicial ao ingresso de centro-americanos nos Estados Unidos.

(Com AFP, EFE e Reuters)

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