Holanda bane uso de celular em sala de aula a partir de 2024
Dispositivos só serão permitidos em atividades de habilidades digitais, por motivos médicos ou para auxiliar pessoas portadoras de deficiência
O governo da Holanda anunciou nesta quarta-feira, 5, que banirá celulares, tablets e smartwatches das salas de aula do país a partir de 1º de janeiro de 2024. Os dispositivos só serão permitidos em atividades de habilidades digitais, por motivos médicos ou para auxiliar pessoas portadoras de deficiência
“Os alunos precisam ser capazes de se concentrar e precisam ter a oportunidade de estudar bem. Os telefones celulares são uma perturbação, mostram pesquisas científicas. Precisamos proteger os alunos contra isso”, defendeu o ministro da Educação, Robbert Dijkgraaf.
O acordo foi costurado entre o ministério, representantes de escolas e organizações da área da educação. Instituições de ensino terão liberdade para organizar suas próprias regras a partir da determinação do governo.
Dijkgraaf afirmou, no entanto, que normas abrangentes podem ser necessárias caso o problema não seja controlado até o verão de 2024, que tem início em junho e perdura até setembro no Hemisfério Norte.
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Um projeto de lei proibiu o uso de celulares nas salas de aula brasileiras há 16 anos. Acompanhando a decisão, a França também impediu o uso do qualquer aparelho tecnológico individual nas escolas públicas, ainda em 2018, como uma “medida de desintoxicação”. A regra ampliou uma decisão de 2010, impossibilitando o uso dos dispositivos nos intervalos e nos momentos das refeições.
Em 2021, a China foi a próxima a proibir celulares no ensino fundamental e médio. Segundo o Ministério da Educação da China, a norma procura proporcionar uma “educação saudável” através do incentivo à concentração.
No ano passado, a Itália também outorgou uma lei que prevê o veto dos celulares por serem “um elemento de distração aos outros e uma falta de respeito em relação ao corpo docente”, como relatou o ministro Giuseppe Valditara.
Em contrapartida, escolas americanas desistiram de controlar a prática, de acordo com um levantamento do National Center for Education Statistics. O órgão revelou que índice de escolas públicas que regulam a utilização dos dispositivos eletrônicos reduziu de 91% para 66%, no período entre 2009 e 2016.