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Hezbollah sinaliza apoio pela primeira vez a negociações para cessar-fogo com Israel

Ao mesmo tempo, vice-líder Naim Qassem alertou que 'se o inimigo continuar sua guerra, então o campo de batalha decidirá'

Por Da Redação
8 out 2024, 12h42

Pela primeira vez, a milícia libanesa Hezbollah apoiou publicamente negociações para um acordo de cessar-fogo com Israel, em meio à escalada de tensões no Oriente Médio. Em discurso televisionado de 30 minutos, veiculado nesta terça-feira, 8, o vice-líder do grupo, Naim Qassem, fez menção a uma trégua entre o grupo palestino Hamas, seu aliado, e Israel como uma condição para a pausa nas hostilidades.

“Apoiamos os esforços políticos liderados por (o presidente do Parlamento, Nabih) Berri sob a bandeira de alcançar um cessar-fogo”, disse ele. “Uma vez que o cessar-fogo esteja firmemente estabelecido e a diplomacia possa alcançá-lo, todos os outros detalhes serão discutidos e as decisões serão tomadas de forma colaborativa.”

Ao mesmo tempo, Qassem alertou que “se o inimigo continuar sua guerra, então o campo de batalha decidirá” e que o Hezbollah possui “boas” capacidades para manter o conflito por tempo indeterminado. Ele alegou, ainda, que dezenas de cidades estão ao alcance dos mísseis da resistência”, como chama a milícia palestina. Em setembro, Israel lançou os ataques aéreos mais intensos ​​contra o Líbano desde a guerra de 2006.

A declaração do vice-líder do Hezbollah ocorre um dia após o conflito Israel-Hamas completar um ano. Com a eclosão da guerra, em 7 de outubro de 2023, a milícia libanesa iniciou ataques em solidariedade ao povo palestino na fronteira com Israel.

+ Israel anuncia novas operações no Líbano e Hezbollah lança pior ataque contra Haifa

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Negociações antes de morte no Hezbollah

Não é a primeira vez, contudo, que há especulações sobre esforços para uma trégua. Na última quinta-feira, 3, o ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, afirmou que o então líder da milícia libanesa Hezbollah, Hassan Nasrallah, havia concordado com um cessar-fogo de 21 dias pouco antes da sua morte em um ataque de Israel a Beirute, há quase duas semanas.

“Nós concordamos completamente. O Líbano concordou com um cessar-fogo, mas consultando o Hezbollah. O presidente da (Câmara Libanesa), Sr. Nabih Berri, consultou o Hezbollah e nós informamos os americanos e os franceses sobre o que aconteceu. E eles nos disseram que o Sr. Netanyahu também concordou com a declaração que foi emitida por ambos os presidentes (Joe Biden, dos Estados Unidos, e Emmanuel Macron, da França)“, afirmou ele em entrevista à emissora americana CNN.

“Eles nos disseram que o Sr. Netanyahu concordou com isso e então também obtivemos o acordo do Hezbollah sobre isso e você sabe o que aconteceu desde então”, acrescentou Habib.

A morte de Nasrallah foi confirmada pela milícia libanesa no último sábado, 27, um dia após Israel ter anunciado um ataque à “sede central” do Hezbollah em Beirute, capital do Líbano. O episódio foi definido pelo grupo como um “traiçoeiro ataque aéreo sionista nos subúrbios do sul”. Na mesma semana, Israel também matou o chefe da forças áreas do Hezbollah, Muhammad Hossein Sarur.

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