Hezbollah confirma morte de possível sucessor na liderança do grupo, após anúncio de Israel
Safieddine estava entre os cotados para assumir o posto de Sayyed Hassan Nasrallah, morto num bombardeio em Beirute no final de setembro
Autoridades da milícia libanesa Hezbollah confirmaram nesta quarta-feira, 23, a morte de Hashem Safieddine, possível sucessor no comando do grupo, durante ataque israelense a Beirute, capital do Líbano, há três semanas. A informação foi anunciada pelas Forças de Defesa de Israel na terça-feira.
Safieddine estava entre os cotados para assumir o posto de Sayyed Hassan Nasrallah, morto num bombardeio em Beirute no final de setembro.
+ Possível sucessor do Hezbollah foi morto em ataque a Beirute há três semanas, diz Israel
A morte de Nasrallah foi confirmada pela milícia libanesa em 27 de setembro, um dia após Israel ter anunciado um ataque à “sede central” do Hezbollah em Beirute, capital do Líbano. O episódio foi definido pelo grupo como um “traiçoeiro ataque aéreo sionista nos subúrbios do sul”. Na mesma semana, Israel também matou o chefe da forças áreas do Hezbollah, Muhammad Hossein Sarur.
Safieddine era primo materno de Nasrallah. Eles estudaram juntos no Irã na década de 1980 e mantinham as mesmas convicções políticas, entre elas a crítica assídua a Israel e o apoio ao fortalecimento dos laços com Teerã. O militante de 60 anos serviu como chefe do conselho executivo do Hezbollah e era casado com a filha de Qasem Soleimani, general da Guarda Revolucionária do Irã, que foi morto num ataque dos Estados Unidos ao aeroporto de Bagdá, capital do Iraque, em 2020. A cadeira do comando da organização libanesa segue, portanto, vazia.
Após as explosões dos walkie-talkies e dos pagers no Líbano, Safieddine afirmou que a milícia “não recuará até o fim”. Trata-se do pior conflito entre Israel e o Hezbollah desde uma sangrenta guerra de três meses em 2006. Foi o estopim de meses de trocas de disparos, desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro do ano passado, quando o Hezbollah iniciou ataques em solidariedade ao povo palestino. Ao menos 1.470 pessoas foram mortas em explosões israelenses.