Hamas e Putin ‘querem aniquilar democracias vizinhas’, diz Biden
Em pronunciamento da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos afirmou que vai pedir ao Congresso financiamento extra a Israel e Ucrânia
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez na noite desta quinta-feira, 19, um pronunciamento do Salão Oval, na Casa Branca, para falar sobre o conflito entre Israel e o Hamas e a guerra entre a Ucrânia e a Rússia. “Hamas e Putin representam ameaças diferentes, mas têm algo em comum: os dois querem aniquilar democracias vizinhas”, afirmou. Biden disse que vai mandar para o Congresso americano nesta sexta um pedido urgente de financiamento extra para Israel e a Ucrânia.
O presidente americano falou, ainda, que a explosão no Hospital Batista al-Ahli, em Gaza, que deixou centenas de mortos “não foi causada pelos israelenses”. Desde que aconteceu, na terça-feira, o episódio virou alvo de uma guerra de versões. O Hamas culpa Israel, que afirma que a responsabilidade é de um foguete errante disparado pela Jihad Islâmica.
Biden seguiu dizendo que o Hamas não representa o povo palestino e que o grupo terrorista usa pessoas como escudos humanos. Já Putin “nega o direito da Ucrânia de ter independência”. O presidente também afirmou que “o sucesso da Ucrânia e de Israel é vital para a segurança dos EUA”.
Biden disse que está com o “coração partido” pelos palestinos e que os Estados Unidos estão comprometidos com o povo palestino, enfatizando que “não podemos desistir da paz, não podemos desistir de uma solução com dois Estados [o de Israel e o palestino]“.
O democrata disse que os EUA estavam “cegos de ódio” após os atentados de 11 de setembro de 2001 e que “cometeram erros”, pedindo a Israel que não faça o mesmo. Ele afirmou que é preciso que os países preservem a população civil nas guerras.
Ajuda humanitária
O pronunciamento acontece um dia após a visita do americano a Israel, na quarta-feira. O presidente se encontrou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e reforçou o apoio dos Estados Unidos a Israel.
Também usou a reunião para pedir que o país autorizasse o envio de ajuda humanitária a Gaza pelo Egito. Netanyahu concordou e, horas depois, Biden afirmou que o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, autorizou abrir a passagem de Rafah para permitir a entrada dos suprimentos. No primeiro momento, devem ser 20 caminhões.
A expectativa inicial era que a passagem já fosse aberta nesta sexta-feira, mas fontes da emissora americana CNN afirmaram que isso não deve acontecer.
Incursão terrestre de Israel
Enquanto isso, Israel se prepara para uma iminente invasão terrestre de Gaza. Nesta quinta, o ministro da Defesa do país, Yoav Gallant, se reuniu com soldados na fronteira com o território e afirmou que os militares israelenses “em breve verão” o território palestino “por dentro“.
“Estamos focados em derrotar o Hamas”, disse Gallant. “Agora vocês veem Gaza de longe. Em breve, vocês a verão de dentro”, afirmou aos soldados na fronteira
Gallant observou ainda que as Forças de Defesa de Israel (FDI) estavam se preparando para um conflito de longo prazo, ecoando uma fala anterior de Netanyahu. “Não estamos falando de uma campanha [militar] curta. Estamos falando de uma campanha prolongada”, alertou.