Guerra em Gaza se intensifica com batalhas no norte e no sul do enclave
Tanto Israel quanto o Hamas emitiram comunicados sobre algumas das mais sangrentas batalhas corpo a corpo desde o início do conflito
![Displaced Palestinians flee Rafah with their belongings to safer areas in the southern Gaza Strip on May 7, 2024 following an evacuation order by the Israeli army the previous day, amid the ongoing conflict between Israel and the Palestinian Hamas movement. (Photo by AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2024/05/000_34QV6JN.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Tanto Israel quanto o grupo terrorista palestino Hamas afirmaram nesta quarta-feira, 15, que a guerra em Gaza se intensificou, com confrontos no norte e no sul do enclave. Nesta madrugada, as batalhas com disparos de armas de fogo foram algumas das mais violentas desde o início do conflito, há sete meses.
No norte
Tanques israelenses alcançaram bairros densamente povoados e pequenas ruas no nordeste de Gaza, onde fica o maior acampamento de refugiados do enclave, com forte resistência. Moradores disseram que o exército destruiu várias casas em áreas que ainda não haviam sido invadidas.
O braço armado da Jihad Islâmica, facção aliada do Hamas, disse que seus combatentes “mataram e feriram” soldados israelenses no campo de Jabalia nesta madrugada.
“Os invasores estão tentando destruir o campo. Estão bombardeando casas com gente dentro. Sabemos de muitas famílias presas dentro de suas casas”, disse um morador do local à agência de notícias Reuters, sob condição de anonimato.
O Exército israelense, por sua vez, afirmou ter iniciado uma ooperação na noite de terça-feira 14 contra “operativos e infraestruturas terroristas” no centro de Jabalia.
“No último dia, os soldados das FDI (Forças de Defesa de Israel) na área se envolveram em intensas batalhas com dezenas de células terroristas e eliminaram um grande número de terroristas”, disse um comunicado dos militares, acrescentando que alguns desses militantes eram os mesmos que teriam ddisparadofoguetes contra a cidade israelense de Sderot na terça-feira.
O Serviço de Emergência Civil de Gaza e o Ministério da Saúde disseram que equipes de resgate não coconseguiraalcançar as áreas onde o exército israelense atua.
No sul
Em Rafah, cidade no extremo sul de Gaza que mais de 1 milhão de palestinos buscaram para se proteger de combates em outros pontos do enclave, soldados israelenses continuam concentrados nos bairros de Al-Salam e Jeneina, no leste, e no sudeste, segundo a Reuters.
Habitantes de Rafah testemunharam soldados e tanques tentando avançar em direção ao centro da cidade, mas encontraram forte resistência do Hamas.
Tel Aviv disse que suas forças começaram a atacar um complexo de treinamento do grupo terrorista no leste de Rafah, onde teriam matado militantes em combates corpo a corpo. Por lá, também encontraram grandes quantidades de armas e equipamentos que simulavam os das FDI, segundo o exército.
Na terça-feira, autoridades israelenses registraram a primeira morte de um de seus soldados em confrontos em Rafah.
Novo êxodo
Faz mais de uma semana que Tel Aviv ordenou que civis palestinos abandonassem partes de cidade. A UNRWA, agência de ajuda das Nações Unidas em Gaza, estima que cerca de 450 mil pessoas já fugiram da cidade desde 6 de maio, quando estima-se que haviam 1,4 milhões de palestinos por lá.
A UNRWA afirmou que os civis estão se realocando em lugares como Al-Mawasi, uma área costeira que a agência humanitária diz não possuir infraestrutura sanitária e outras instalações para acolher pessoas deslocadas. Para as Nações Unidas, a situação consiste num deslocamento forçado por parte de Israel, considerado crime de guerra pelo direito internacional.
“Apesar de um conjunto de necessidades humanitárias catastróficas, restrições de acesso e a ausência de passagem segura obstruem os esforços das organizações humanitárias para alcançar as pessoas em toda a Faixa de Gaza”, disse a UNRWA no X, antigo Twitter.