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Guaidó: Venezuela receberá ajuda humanitária do Brasil, Colômbia e Caribe

Autoproclamado presidente lidera neste sábado milhares de opositores que marcham por todo o país contra Maduro

Por Da Redação
2 fev 2019, 16h41

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou neste sábado, 2, que nos próximos dias deve começar uma coleta de ajuda humanitária para seu país no Brasil, Colômbia e Caribe.

“Já temos três pontos de coleta para a ajuda humanitária: Cúcuta (Colômbia) e haverá mais dois, um no Brasil e outro em uma ilha do Caribe”, disse Guaidó, durante manifestação em Caracas.

O opositor também anunciou, sem detalhes, a criação de uma “coalizão mundial pela ajuda humanitária e liberdade na Venezuela”. “Nos próximos dias começa o armazenamento da ajuda humanitária (…) do necessário para que nosso povo sobreviva (…)”, afirmou.

O presidente da Assembleia Nacional pediu mais uma vez que as Forças Armadas venezuelanas liberam a entrada dos bens doados no país. “Você, soldado, terá em suas mãos a decisão de permitir a entrada, mudar sua família, seu país e a honra das Forças Armadas Nacionais “, desafiou.

Guaidó lidera neste sábado dezenas de milhares de opositores que marcham por todo o país para exigir ao presidente Nicolás Maduro que deixe o poder.

“Usurpador, saia já”, “Fora ditador” e “Força Armada escuta o povo” são algumas das frases lidas nos cartazes carregados pela multidão que se concentra em frente à sede da União Europeia (UE), em Mercedes, região leste de Caracas. “Viva Guaidó”, gritaram quando o opositor chegou ao palanque.

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Guaidó, líder do Parlamento de maioria opositora que se autoproclamou em 23 de janeiro, convocou a marcha para respaldar o ultimato dado a Maduro por França, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Portugal e Holanda para que aceite “eleições livres”, ou, do contrário, reconhecerão Guaidó.

“Marcho para recuperar a liberdade e tirar essa tirania, essa narcoditadura”, disse Beatriz Martínez, psicóloga de 75 anos. “Estamos morrendo de fome”, manifestou Delia Rivas, de 52.

O início do dia de manifestações foi agitado por um vídeo divulgado nas redes sociais, no qual um general de Aviação da Força Armada não reconhece Maduro, convertendo-se no militar na ativa de maior escalão a reconhecer Guaidó.

Os protestos acontecem sob alta tensão: distúrbios deixaram na semana passada 40 mortos e 850 detidos, segundo a ONU.

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Manifestação chavista

Ao mesmo tempo, outra grande manifestação de governistas celebra os 20 anos de governo chavista em Caracas. A multidão de governistas se concentra na Avenida Bolívar, centro da capital.

Zaida, que se diz “revolucionária até os ossos”, explica: “Não quero que esses malditos americanos fiquem com as riquezas da Venezuela”, manifestou.

“Vão para o caralho, ianques de merda”, lia-se em um cartaz na concentração, onde Maduro era aguardado. Pelo Twitter, o presidente assegurou que “o povo o enche de força para seguir pelo caminho” traçado pelo falecido líder socialista Hugo Chávez.

O 20° aniversário da revolução se completa em plena derrocada do país: hiperinflação, escassez de comida e remédios. A petroleira PDVSA está em default e com uma produção em queda livre, agora estrangulada pelas sanções dos Estados Unidos, que não descarta uma ação militar e medidas adicionais.

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Maduro, que culpa a direita e as sanções americanas pela crise, rejeita qualquer ajuda humanitária, assegurando que abre o caminho para uma intervenção militar, e promete “prosperidade”, embora com o mesmo modelo econômico de controle estatal.

Usurpador’ e ‘fantoche’

Guaidó, de 35 anos, se autoproclamou presidente interino depois que o Congresso declarou Maduro como “usurpador”, por ter assumido em 10 de janeiro um segundo mandato, considerado ilegítimo também por parte da comunidade internacional, por resultar de eleições “fraudulentas”.

Maduro, de 56 anos, assegura contar com China e Rússia e ser vítima de um golpe de Estado em curso, no qual Washington usa de “fantoche” o chefe parlamentar.

Em declarações ao South China Morning Post, Guaidó promete cumprir os acordos e dialogar com a China. Pequim indicou na sexta-feira que coopera “de forma pragmática” com a Venezuela e que “nada disso será afetado” independentemente de como a situação avançar.

(Com AFP)

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