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Grupo de Lima responsabiliza Maduro por apagão na Venezuela

País vive sob apagão desde o último dia 7; Brasil e aliados reiteram apoio a Juan Guaidó e necessidade de eleições livres

Por Denise Chrispim Marin 10 mar 2019, 22h22

Os 11 países do Grupo de Lima, entre os quais o Brasil, responsabilizaram neste domingo, 10, o ditador Nicolás Maduro pelo blecaute vivido no país desde a última quinta-feira. Em comunicado, o grupo reiterou seu apoio ao autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, e à Assembleia Nacional, o parlamento posto em ostracismo pelo regime, e sublinhou a necessidade de eleições democráticas e livres de um novo governo.

“Responsabilizamos exclusivamente o regime ilegítimo de Maduro pelo colapso do sistema elétrico venezuelano”, disse o Grupo de Lima no seu comunicado. “Ratificamos nosso compromisso com o povo venezuelano em sua busca por uma solução para a crise que afeta seu país. Somente um governo legítimo surgido de eleições livres e democráticas poderá realizar a reconstrução das instituições, da infraestrutura e da economia do país, de que os venezuelanos necessitam para recuperar sua dignidade, o exercício das liberdades civis e o respeito de seus direitos humanos, após anos de negligência e negação”, completou.

A Venezuela vive em apagão desde a última quinta-feira, 7, causado por problemas na usina hidrelétrica de Guri. Os países do Grupo de Lima ressaltaram, no texto, que o blecaute provocou 18 mortes em hospitais e clínicas afetados pela falta de abastecimento elétrico. Também lembrou dos inúmeros contratempos na vida cotidiana dos venezuelanos, sujeitos a “penúrias há anos. “Esta situação não faz senão confirmar a existência e a magnitude da crise humanitária que o regime de Maduro se nega a reconhecer.”

Nicolás Maduro culpa as “sabotagens” dos Estados Unidos e da oposição venezuelana pelo blecaute. Guaidó, neste domingo, afirmou que pedirá à Assembleia Nacional a decretação de “estado de emergência” no país e disse que a oposição está negociando o suprimento de energia elétrica com uma empresa alemã.

O Grupo de Lima atua desde 2017 em favor da redemocratização da Venezuela. Seus membros não reconheceram a legitimidade do terceiro mandato de Maduro como presidente do país, iniciados em 10 de janeiro. Sua eleição, alega o grupo, foi marcada pelas fraudes. Desde 23 de janeiro, quando Guaidó fez um juramento público como presidente interino do país – ele preside a Assembleia Nacional, de maioria opositora -, os 11 países reconheceram-no como legítimo governante. Os Estados Unidos e outros 40 países seguiram a mesma linha.

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Dentre os membros do grupo, Colômbia e Brasil tentaram levar ajuda humanitária aos venezuelanos no último dia 23. Os carregamentos de remédios e alimentos, enviados também pelos Estados Unidos, foram proibidos de cruzar as fronteiras pelas forças militares e paramilitares do regime de Maduro. Pelo menos 40 pessoas morreram e centenas ficaram feridas.

 

 

 

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