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Governo Trump planeja deportar imigrantes para Líbia e Ruanda

Negociações envolvem deportações de estrangeiros com antecedentes criminais e possível envio de solicitantes de asilo para países africanos

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 abr 2025, 18h02 - Publicado em 30 abr 2025, 17h59

O governo do presidente Donald Trump tem discutido com Líbia e Ruanda a possibilidade de deportar imigrantes com antecedentes criminais que vivem nos Estados Unidos para esses dois países, segundo fontes familiarizadas com as negociações disseram à rede de TV CNN.

A medida, se confirmada, representaria uma escalada na política migratória da gestão republicana, ao enviar pessoas já presentes em território americano para países distantes.

Além dos imigrantes com ficha criminal, autoridades americanas discutem com a Líbia a criação de um acordo de “terceiro país seguro”, o que permitiria transferir para o país africano solicitantes de asilo detidos na fronteira dos EUA. Ainda não há uma decisão final sobre o plano, nem definição sobre quais nacionalidades seriam afetadas.

As tratativas com a Líbia, que voltou recentemente ao radar diplomático de Washington, ocorreram nesta semana. O país esteve na lista de restrições de viagem durante o mandato anterior de Trump e foi alvo de denúncias da ONU em 2024, que apontaram violações sistemáticas contra migrantes, como trabalho forçado, espancamentos, estupros e tortura. Fontes afirmam que uma possível moeda de troca usada pelos EUA seria a ameaça de um novo travel ban, ainda não anunciado oficialmente.

No caso de Ruanda, o plano prevê a deportação de imigrantes com histórico criminal que já cumpriram pena nos Estados Unidos. Diferente de países como El Salvador — que chegou a receber deportados americanos sob o governo Trump — Ruanda não encarceraria os deportados, mas os integraria à sociedade com apoio governamental, incluindo ajuda de custo e auxílio para conseguir trabalho.

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O modelo, mais caro por pessoa, vem sendo planejado como uma solução pontual. Um primeiro teste ocorreu em março, com a deportação de um refugiado iraquiano, considerada bem-sucedida pelo governo americano.

A proposta não é inédita para Ruanda, que em 2022 firmou acordo semelhante com o Reino Unido. O plano britânico, porém, acabou arquivado em 2024 pelo primeiro-ministro Keir Starmer, que o classificou como “uma manobra publicitária”.

Fontes afirmam que o Departamento de Estado estuda ampliar o número de países parceiros para deportações.

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“Estamos, sem pedir desculpas, procurando ativamente outros países para receber pessoas de terceiros países”, declarou o secretário de Estado Marco Rubio durante uma reunião de gabinete nesta quarta-feira. “Queremos mandar para bem longe alguns dos indivíduos mais desprezíveis — e quanto mais longe da América, melhor, para que não consigam voltar.”

No entanto, o plano enfrenta desafios jurídicos. No mês passado, um juiz federal determinou a suspensão temporária de qualquer deportação para terceiros países sem notificação prévia e direito de contestação legal por parte dos afetados.

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