Governo Trump diz que irá pagar mil dólares para imigrantes sem documentos deixarem país
'Autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar a prisão', segundo secretária de Segurança Nacional

O Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira, 5, que pagará para imigrantes sem documentos deixarem território americano e voltarem a seus países de origem, segundo informações da emissora CNN. A medida, que pode incentivar que pessoas deixem os EUA voluntariamente, segue promessas do presidente Donald Trump de deportar milhões de pessoas em situação irregular.
Além de “assistência financeira e de viagem para facilitar” a autodeportação, que, segundo um porta-voz do DHS, incluía uma passagem de ida gratuita, a agência disse que também pagaria US$ 1.000 adicionais a pessoas que comprovassem que retornaram ao seu país de origem, segundo a CNN.
+ Trump diz que ‘não sabe’ se vai respeitar Constituição ao falar de deportados
“Se você está aqui ilegalmente, a autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar a prisão. O Departamento de Segurança Nacional agora oferece aos imigrantes ilegais assistência financeira para viagens e um auxílio para retornar ao seu país de origem por meio do aplicativo CBP Home”, disse a secretária Kristi Noem.
Pelo menos um imigrante já usou a oferta para retornar a Honduras, disse a agência, acrescentando que várias outras passagens aéreas foram reservadas para esta semana e a próxima.
A decisão, assim como uma declaração de Trump de que “não sabe” se vai respeitar a Constituição americana, acontece em meio a uma série de desafios à agenda do governo nos tribunais americanos, especialmente em relação à agressiva campanha de deportação.
Trump, por sua vez, atacou juízes, pediu seus impeachments e ignorou uma decisão da Suprema Corte que instruía seu governo a “facilitar” o retorno de Kilmar Abrego Garcia, um imigrante enviado por engano para uma prisão em El Salvador reservada a membros de gangues.
Em entrevista transmitida no domingo, o presidente americano afirmou que não sabe se vai respeitar a Constituição no contexto de seu projeto de deportações em massa, dizendo não ter conhecimento de que todas as pessoas em solo americano têm o direito ao devido processo legal – que é garantido pela Quinta Emenda.
Em entrevista à emissora NBC, Trump foi questionado se concordava com seu secretário de Estado, Marco Rubio, a respeito do direito de cidadãos e não cidadãos nos Estados Unidos ao devido processo legal.
“Não sei”, respondeu. “Não sou, não sou advogado. Não sei.”