Governo Trump cancela status migratório de 57.000 hondurenhos nos EUA
Imigrantes terão dezoito meses para voltar a sua nação de origem ou correm risco de deportação
O governo do presidente Donald Trump cancelou a proteção especial concedida a imigrantes hondurenhos nos Estados Unidos. Os mais de 57.000 cidadãos que deixaram Honduras e vivem no país há duas décadas terão dezoito meses para voltar a sua nação de origem.
O anúncio é o mais recente passo da administração para eliminar o Status Temporário de Proteção (TPS, na sigla em inglês), que é concedido a cidadãos estrangeiros cujos países são destruídos por fenômenos naturais e guerras civis.
Os Estados Unidos concederam o TPS aos cidadãos hondurenhos em 1998, após a passagem do devastador furacão Mitch pela América Central. O status temporário dava aos imigrantes o direito de viver e trabalhar livremente no país.
Em novembro do ano passado, o governo americano decidiu estender durante seis meses, até 5 de julho de 2018, a proteção especial. O Departamento de Segurança Nacional, no entanto, concluiu que as condições em Honduras melhoraram e que o país agora está pronto para receber novamente os cidadãos que emigraram.
O TPS não abre nenhuma via para a residência permanente nem outro status de regulação migratória, por isso, os beneficiados terão que voltar ao país de origem ou se tornarão imigrantes ilegais, com o risco de deportação, agora que a proteção foi suspensa.
A embaixada de Honduras e os defensores dos imigrantes argumentam que o país foi devastado por gangues e cartéis de drogas, o que já motivou a fuga de dezenas de milhares de pessoas. Segundo eles, o retorno dos que emigraram para os Estados Unidos só piorará a situação.
No ano passado, a administração do presidente Trump já havia suspendido o programa de proteção especial para cidadãos de vários países. Imigrantes de El Salvador, Nicarágua e Haiti sofreram com a marcada linha dura migratória do atual governo americano.