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Governo interino da Bolívia emite ordem de prisão contra Evo Morales

'Não me assusta', reagiu o ex-presidente, acusado de 'rebelião, terrorismo e financiamento ao terrorismo'

Por Da Redação
Atualizado em 18 dez 2019, 18h33 - Publicado em 18 dez 2019, 15h06

O governo interino da Bolívia emitiu nesta quarta-feira, 18, uma ordem de prisão contra o ex-presidente Evo Morales por “rebelião, terrorismo e financiamento ao terrorismo”. Morales está refugiado na Argentina após abdicar de seu mandato em novembro.

O anúncio foi feito pelo ministro do interior da Bolívia, Arturo Murillo, que em novembro a apresentou denúncia de terrorismo contra o ex-presidente.

Na época, Murillo apresentou áudios nos quais, supostamente, Morales estava dando instruções para que seus apoiadores bloqueassem as estradas do país, impedindo a distribuição de alimentos e combustíveis.

A determinação assinada pelos procuradores de La Paz Jhimmy Almanza e Richard Villaca ordena a procuradores, policiais e/ou funcionários públicos que “apreendam e conduzam o senhor Juan Evo Morales Ayma, aos escritórios da Procuradoria”.

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“Não me assusta”, reagiu Evo Morales.

“Há 14 anos da nossa revolução, o ‘melhor presente’ que recebo do governo de facto é uma ordem de apreensão, injusta, ilegal e inconstitucional. Não me assusta. Enquanto tiver vida, seguirei com mais força na luta política e ideológica por uma #Bolívia livre e soberana”, tuitou.

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A renúncia

Nas semanas seguintes à renúncia de Evo Morales, protestos se espalharam pelo país e cerca de 30 pessoas morreram. A substituta de Morales na Presidência, Jeanine Añez, instituiu por meio de um decreto a concessão de imunidade às forças de segurança que cometessem abusos contra os manifestantes para “pacificar o país”. O decreto foi anulado no final de novembro.

Morales, por outro lado, denunciou que sua renúncia foi forçada por movimentos golpistas e “fascistas” e que o que estava se implementando na Bolívia era uma “ditadura”.

A crise teve início após a tentativa de Morales de conquistar um quarto mandato consecutivo nas eleições do início de novembro. A apuração do pleito foi demorada e cheia de suspeitas e polêmicas.

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O boliviano perdeu o apoio dos militares, que recomendaram sua renúncia mesmo após Morales ter anulado os resultados do pleito e convocado novas eleições a pedido da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Atualmente Morales está asilado na Argentina, após passar algumas semanas no México. Vive em uma cidade que faz fronteira com a Bolívia e espera dali comandar a campanha eleitoral de seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), para as próximas eleições marcadas para o primeiro semestre de 2020.

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