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Governo Fernández perde maioria no Senado em eleições legislativas

Pela primeira vez em quase 40 anos um presidente peronista precisará de aliados no Legislativo para conseguir aprovar leis. 

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 nov 2021, 09h05

O presidente Alberto Fernández da Argentina sofreu uma derrota histórica nas eleições legislativas realizadas no domingo 14. A coalizão governista perdeu o controle do Senado e pela primeira vez em quase 40 anos a liderança peronista precisará de aliados para aprovar projetos no Legislativo.

A principal coalizão de oposição, chamada de Juntos pela Mudança, venceu a votação na província de Buenos Aires, o maior colégio eleitoral do país. Também ganhou em Santa Fé, Córdoba e na cidade de Buenos Aires, outros distritos com importante peso eleitoral.

“Milhões de argentinos em todo o país disseram chega e derrotaram a tristeza, a frustração, a dor, a raiva”, afirmou María Eugenia Vidal, líder da Juntos pela Mudança na cidade de Buenos Aires e que passará a ocupar um lugar no Congresso após governar a província que tem o mesmo nome da capital entre 2015 e 2019.

Nessas eleições, mais de 34 milhões de pessoas estavam aptas a votar para renovar metade das cadeiras na Câmara dos Deputados (que não tinha nenhum partido no controle da maioria) e um terço das cadeiras no Senado (dominado até então pela coligação governista, a Frente de Todos). A participação eleitoral foi de 71%, o menor percentual desde o retorno da democracia.

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Apesar dos resultados, Fernández comemorou o desempenho de seu partido. O presidente convocou um ato para os próximos dias na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, para “celebrar o triunfo”.

Expectativas para 2023

A derrota peronista, porém, é vista como um prelúdio do que pode acontecer nas eleições presidenciais de 2023. O governo sofre queda de popularidade diante das altas taxas de desemprego e outras dificuldades que acompanharam uma queda de 10% na economia argentina no ano passado, junto com a contínua alta da inflação.

Esta será a primeira vez, desde a volta da democracia na Argentina em 1983, que um presidente peronista precisará de aliados no Legislativo para conseguir aprovar leis.

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Diante dos resultados, o ex-presidente Mauricio Macri destacou que a Argentina está enfrentando o “fim de uma era” e de uma “cultura obscura e perversa de poder” que poderia terminar, definitivamente, nas eleições presidenciais de 2023.

“Temos uma transição até 2023 que temos que acompanhar e administrar juntos, porque estamos diante de um governo que não tem nenhum plano e nenhuma direção”, declarou o ex-presidente e líder da Juntos pela Mudança ao canal de televisão “TN”, acrescentando que a oposição ganha uma “nova oportunidade”.

“Não podemos perder esta nova oportunidade repetindo os mesmos erros do passado. O que precisamos é de um conjunto de líderes maduros e responsáveis que entendam a complexidade do que significa construir a sociedade que queremos”, complementou.

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A cidade de Buenos Aires, principal baluarte da oposição ao peronismo, é governada desde 2015 por Horacio Rodríguez Larreta, um dos principais líderes da Juntos pela Mudança e um potencial candidato nas eleições presidenciais de 2023. “Este resultado é um reconhecimento da transformação que temos feito juntos há muitos anos na cidade e que Mauricio (Macri) começou”, disse o chefe do governo de Buenos Aires e principal articulador da campanha de María Eugenia Vidal no diretório central da coalizão opositora.

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