Governo espanhol diz que demorará ‘muitos dias’ para esclarecer causa do apagão
Em entrevista ao jornal espanhol El País, ministra para a Transição Ecológica Sara Aagesen disse que hipótese de ataque cibernético está sendo investigada

A ministra para a Transição Ecológica e terceira vice-presidente da Espanha, Sara Aagesen, disse neste domingo, 4, que serão necessários ainda “muitos dias” até que o país identifique as causas do apagão que deixou a Península Ibérica no escuro na semana passada.
A declaração foi dada em uma entrevista que a ministra concedeu ao jornal El País. Questionada pela reportagem sobre o tempo que o governo precisa para conseguir dar uma resposta à população sobre os motivos da queda de energia, ela respondeu que “estamos falando de muitos dias. Porém, quando tivermos certeza, agiremos”.
Ela também disse que a hipótese de um ataque cibernético ao país também não está descartada e defendeu que a Espanha continue a investir em energias renováveis como estratégia para a independência do país na rede de abastecimento. “Mantemos em pé toda e cada uma das hipóteses e, por isso, também a de um ataque cibernético. Os problemas em sistemas digitais também são parte da investigação”, defendeu Aagensen.
“Apontar para as energias renováveis como culpadas pelo apagão da Espanha me parece irresponsável e simplista. Irresponsável porque falamos de uma produção que tem sido parte do nosso ‘mix’ energético há muito tempo. (…) As energias renováveis estão dando à Espanha a possibilidade de ter uma independência energética muito importante em um mundo geopoliticamente vulnerável. Ter sua própria energia elétrica é fundamental”, disse na entrevista.
Em seguida, a ministra complementou: “pela primeira vez, a Espanha fala em reindustrialização e geração de ecossistemas industriais. Por isso, acredito que a Espanha ou será verde, ou não será”.
A queda de energia que atingiu Portugal e Espanha pouco após o meio-dia de 28 de abril foi o maior apagão da história dos dois países. Demorou cerca de vinte horas até que o serviço fosse restabelecido em quase todo o território dos dois países. Linhas de trem e de metrô, serviços de telecomunicações, rede de internet, comércios, indústrias e hospitais foram afetados com o blackout completo sob o qual os dois países ficaram.