Geração Z enfrenta ‘apocalipse de emprego’ à medida que empresas priorizam IA, diz estudo
Quase um terço dos líderes de empresas, ou 31%, disseram que sua organização buscava soluções de inteligência artificial antes de considerar contratações

A geração Z, como são chamados os nascidos entre 1997 e 2012, enfrenta um “apocalipse do emprego” no mercado de trabalho, que prefere investir na inteligência artificial (IA) no lugar de contratações, mostrou um estudo do organismo britânico British Standards Institution (BSI) divulgado nesta quinta-feira, 9. A pesquisa entrevistou mais de 850 líderes empresariais do Reino Unido, Estados Unidos, França, Alemanha, Austrália, China e Japão.
Quatro em cada 10 chefes, ou 41%, alegaram que a escolha pela IA é estratégica: permite que lacunas de habilidades sejam preenchidas enquanto o número de funcionários são reduzidos. Eles também não precisam gastar tempo treinando funcionários juniores, no início de carreira. Quase um terço (31%) deles disseram que sua organização buscava soluções de inteligência artificial antes de considerar contratar uma pessoa. Cerca de 40% relataram que esperam que suas empresas adotem a tática no espaço de cinco anos.
Entrar e permanecer no mercado de trabalho, segundo o relatório, podem se tornar progressivamente mais difíceis para os jovens. Cerca de 20% dos líderes acreditam que todas ou a maioria das tarefas realizadas por colegas de nível básico poderiam ser realizadas pela IA. O levantamento também mostrou que 39% dos entrevistados revelaram que as funções de nível básico já haviam sido reduzidas ou cortadas para aumentar a eficiência através do uso de ferramentas de IA.
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‘Pessoas que impulsionam o progresso’
Mais da metade disse se considerar sortudo por ter começado na carreira antes da inteligência artificial. Em paralelo, 53% deles também indicou que acreditar que os benefícios da implementação da IA nas empresas seriam maiores do que a perda da força de trabalho.
Em alerta, a diretora executiva da BSI, Susan Taylor Martin, reconheceu que a “IA representa uma enorme oportunidade para empresas em todo o mundo”, mas advertiu: “à medida que buscam maior produtividade e eficiência, não devemos perder de vista o fato de que, em última análise, são as pessoas que impulsionam o progresso”.
“Nossa pesquisa deixa claro que a tensão entre aproveitar ao máximo a IA e viabilizar uma força de trabalho próspera é o desafio definidor da nossa época. Há uma necessidade urgente de pensamento de longo prazo e investimento na força de trabalho, juntamente com investimentos em ferramentas de IA, para garantir empregos sustentáveis e produtivos”, acrescentou Martin.