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Gabinete de Israel se reúne para discutir trégua ‘iminente’ com Hezbollah

Acordo de cessar-fogo patrocinado por EUA e França prevê retirada do exército israelense e da milícia libanesa da área na fronteira em 60 dias

Por Da Redação 26 nov 2024, 09h32

O gabinete de segurança de Israel se reunirá nesta terça-feira, 26, para discutir uma proposta de acordo de cessar-fogo com o Hezbollah, milícia do Líbano com quem as forças israelenses tem travado confrontos desde o início da guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas, em outubro passado. De acordo com fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters, a aprovação da trégua é “iminente” e pode ocorrer ainda nesta terça.

Uma autoridade israelense afirmou à Reuters que o gabinete de segurança “provavelmente” aprovará o texto a ser discutido na reunião presidida pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. E, durante uma conferência de política externa em Roma, o Ministro das Relações Exteriores libanês, Abdallah Bou Habib, expressou esperança de que um acordo possa ser fechado até esta noite. Outras quatro fontes libanesas também disseram, em condição de anonimato, que estão otimistas.

Na segunda-feira 25, o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que “estamos perto” de um acordo, mas que “nada está feito até que tudo esteja feito”. Paris afirmou que as discussões fizeram progressos significativos.

O que propõe o acordo

A declaração de cessar-fogo, patrocinada pelos Estados Unidos e pela França, exige que os soldados israelenses se retirem do sul do Líbano, um reduto do Hezbollah, e que o exército libanês se posicione na região – tudo isso dentro de 60 dias. Assim, a poderosa milícia apoiada pelo Irã abandonaria a área da fronteira com Israel ao sul do Rio Litani.

Bou Habib, o chanceler libanês, disse que o exército de seu país estaria pronto para colocar pelo menos 5 mil soldados no sul do Líbano em paralelo à retirada israelense, e que Washington pode desempenhar um papel na reconstrução da infraestrutura destruída pelos ataques israelenses.

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O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, por sua vez, relembrou nesta terça que seu país exige a aplicação efetiva por parte da ONU de um eventual cessar-fogo e mostrará “tolerância zero” em relação a qualquer infração. O acordo mantém a liberdade das forças de Tel Aviv para operar na área da fronteira para agir em autodefesa contra “ameaças iminentes” e permitir que cerca de 60 mil cidadãos deslocados pelos constantes bombardeios do Hezbollah retornem às suas casas no norte israelense, segundo a Reuters.

As negociações para encerrar os combates se concentrou em restaurar a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, um mecanismo que pôs fim à última grande guerra entre o Hezbollah e Israel, em 2006.

Em paralelo, o enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Brett McGurk, estará na Arábia Saudita nesta terça-feira para discutir o uso de um possível cessar-fogo no Líbano como catalisador para um acordo semelhante em Gaza, disse a Casa Branca.

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Escalada nas hostilidades

Sinais do avanço diplomático, porém, foram acompanhados por uma escalada militar. Ataques aéreos israelenses demoliram mais subúrbios do sul de Beirute, controlados pelo Hezbollah, nesta terça-feira, enquanto o grupo armado continuou a lançar foguetes contra Israel, que os interceptou com as defesas aéreas.

A destruição generalizada no Líbano colocou em foco um enorme, e aguardado, projeto de lei para a reconstrução do país deficitário. Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas foram deslocadas pelo conflito, e muitas estão desabrigadas. No último ano, mais de 3.750 libaneses foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde do país, que não faz distinção entre civis e combatentes do Hezbollah.

Ataques da milícia libanesa mataram 45 civis no norte de Israel e nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel. Pelo menos 73 soldados israelenses foram mortos no norte israelense, nas Colinas de Golã e em combate no sul do Líbano, de acordo com autoridades de Tel Aviv.

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