França tenta articular cúpula com Rússia, Ucrânia e outros países
Chanceleres francês e russo devem se encontrar nesta segunda para discutir detalhes
A tensão na fronteira entre Rússia e Ucrânia continua alta, mas os esforços diplomáticos para um cessar-fogo ainda prevaleceram. Nos próximos dias, deve ocorrer uma reunião entre a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e os governos russo e ucraniano para tentar se chegar a um acordo.
O governo da Rússa informou no domingo, 20, que o presidente Vladimir Putin e o presidente da França, Emmanuel Macron, conversaram por telefone sobre a necessidade de intensificar a busca por soluções diplomáticas para a crescente crise no leste da Ucrânia.
“Diante da urgência da situação, os presidentes reconheceram a necessidade de intensificar a busca de soluções por via diplomática por meio dos ministérios das Relações Exteriores e assessores políticos”, disse o Kremlin em comunicado. “Esses contatos devem facilitar a restauração do regime de cessar-fogo e garantir o progresso na solução do conflito em Donbass.”
Segundo o Palácio do Eliseu, os ministros das Relações Exteriores dos dois países se reunirão nos próximos dias para uma cúpula de alto nível com Rússia, Ucrânia e aliados, a fim de estabelecer uma nova ordem de segurança na Europa.
Em outro telefonema, Macron e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, discutiram possíveis maneiras de garantir um arrefecimento imediato. Apesar do acirramento das tensões, o presidente francês disse tanto Putin quanto Zelenskiy demonstraram estar dispostos a contornar os problemas.
Estados Unidos
Os Estados Unidos tiveram informações, na semana passada, de que a Rússia havia autorizado os comandantes militares estacionados na fronteira com a Ucrânia a invadir o país. Foi por isso que o presidente americano, Joe Biden, afirmou com tanta convicção, no dia 18, que a invasão russa era iminente.
Embora não tenham dado detalhes sobre o teor das informações, nem como elas foram obtidas, a divulgação faz parte de uma estratégia do governo americano de expor os planos do Kremlin. A ideia é retardar uma invasão e ganhar mais tempo para a diplomacia.
Dois funcionários do governo americano e uma fonte familiarizada com as informações obtidas confirmaram que o teor das comunicações indicavam a invasão. Admitiram, no entanto, que pode ser uma isca falsa para confundir os Estados Unidos e seus aliados.
Os meios militares e de inteligência americanos confirmaram que observaram os militares russos tomarem medidas para executar um plano de ataque à Ucrânia. Os funcionários americanos, no entanto, dizem que os militares russos podem ter previsto vários cenários, medindo inclusive a rapidez com que marchariam para a capital ucraniana, Kiev.