França: Emmanuel Macron acerta aliança com candidato veterano
O centrista François Bayrou desistiu da corrida presidencial para não fragmentar os apoios dos eleitores moderados em benefício da extrema-direita
A campanha do candidato independente Emmanuel Macron à Presidência da França ganhou impulso nesta quarta-feira após o anúncio de uma aliança com o candidato centrista François Bayrou, que desistiu da corrida presidencial. O pacto pode representar uma reviravolta na campanha presidencial francesa, na qual a ultradireitista Marine Le Pen parte como uma das favoritas.
Em declarações à imprensa local, Macron declarou que as propostas de Bayrou respondem “plenamente” à ideia de “união” e de “renovação” que ele propõe. O candidato independente é um dos fortes concorrentes nas eleições presidenciais marcadas para os próximos dias 23 de abril e 7 de maio.
Bayrou, atual prefeito da cidade de Pau e líder do partido MoDem, decidiu não concorrer às eleições para não fragmentar os apoios dos eleitores moderados em benefício da extrema-direita. Para o político centrista, a França “atravessa um momento-chave” no qual existe “o perigo da vitória da extrema-direita que representaria o fracasso da França e o desgarro da Europa”.
As últimas pesquisas davam cerca de 5% das intenções de voto ao ex-candidato centrista. Na última eleição que participou, em 2012, obteve cerca de 10% dos votos no primeiro turno, e no segundo apoiou o socialista François Hollande, que acabaria vencendo o então presidente, o conservador Nicolas Sarkozy.
O político centrista assegurou hoje que imporá condições a Macron, que passam pela adoção de medidas para “moralizar” a política francesa e para introduzir uma maior proporcionalidade na vida política do país.
Nas primárias da direita, Bayrou criticou duramente o vencedor dessa disputa, o ex-primeiro-ministro François Fillon, outro dos candidatos favoritos ao Palácio do Eliseu. Destacou principalmente as suspeitas que pesam sobre Fillon por ter empregado sua esposa de forma irregular como assistente parlamentar.
(Com EFE)