Fotos: peregrinação a Meca reúne mais de 2 milhões de peregrinos
Autoridades da Arábia Saudita mobilizaram um esquema de segurança que incluiu mais de 100 mil seguranças
Mais de dois milhões de muçulmanos do mundo inteiro começaram, nesta quarta-feira, a peregrinação a Meca, um rito com várias etapas no lugar mais sagrado do Islã.
As autoridades da Arábia Saudita mobilizaram um reforçado dispositivo de segurança, incluindo mais de 100.000 homens, dois anos depois que uma gigantesca confusão deixou cerca de 2.300 mortos — muitos pisoteados — durante o hajj, um dos cinco pilares do Islã.
Além disso, a peregrinação acontece sob a ameaça do grupo terrorista Estado Islâmico, encurralado no Iraque e na Síria, mas que continua espalhando o terror, em especial no Oriente Médio e na Europa.
Ao amanhecer desta quarta, já se podia sentir o fervor religioso na Esplanada da Grande Mesquita, com os peregrinos prontos para chegar a Mina, cinco quilômetros ao leste de Meca.
Enquanto alguns esperam no ônibus, outros cumprem o tawaf, o ritual de dar sete voltas em torno da Kaaba, uma construção cúbica envolta em um pesado manto preto com versículos do Alcorão bordados em ouro. Muçulmanos de todo mundo oram em sua direção.
Nur, uma saudita de 30 anos, acelera o passo. “Ainda tenho de terminar o tawaf” antes de ir para Mina, explica ela, sem se deter. Já Risvana parece mais tranquila. Sentada em uma cadeira dobrável no meio da esplanada, ela segura seu bebê de seis meses, com quem espera fazer a peregrinação.”Tenho tudo preparado para ele”, afirmou, mostrando a garrafa de água na bolsa.
“A cada vez, surgem novas emoções”, conta Tidjani Traore, um funcionário de Benin de 53 anos, que se prepara para sua 22ª peregrinação. “Há inovações na organização e na recepção aos peregrinos. Agora, por exemplo, as instalações têm ar-condicionado”, relata.
Segurança: uma prioridade
Enquanto isso, equipes de funcionários, na maioria asiáticos, limpam a esplanada com jatos d’água várias vezes ao dia. Este ano, os peregrinos iranianos participarão do hajj. Em 2016, eles não puderam comparecer, devido à ruptura de relações entre a república islâmica e o reino saudita. Na confusão de 2015, 464 iranianos morreram.
“Garantir a segurança dos peregrinos é nossa prioridade”, afirmou na terça-feira o porta-voz do Ministério do Interior, general Mansur Al Turki.
Este ano, a peregrinação acontece em um momento de crise entre a Arábia Saudita e seus aliados e o Catar. O reino acusa Doha de apoiar o terrorismo e de ser muito próximo ao Irã.
(com AFP)