Forças de Israel viram alvo de críticas por animações de soldados no estilo Studio Ghibli
Quatro imagens divulgadas exibem diferentes funções das FDI; em protesto, usuários passaram a publicar ilustrações da vida em Gaza, devastada pela guerra

As Forças de Defesa de Israel (FDI) foram alvo de críticas após publicarem animações que mostram soldados israelenses em atividade, como parte da trend que usava ferramentas de inteligência artificial (IA) para criar imagens no estilo do artista japonês Hayao Miyazaki, do Studio Ghibli. As fotos foram publicadas no domingo, 30, e repercutiram ao longo da semana, uma vez que Israel ampliou as operações na Faixa de Gaza e realizou ataques ao Líbano. Além disso, os militares são acusados de crimes de guerra contra palestinos.

As quatro animações divulgadas exibem diferentes funções das FDI: uma mostra dois soldados portando rifles, com uma bandeira de Israel ao fundo; duas imitam operações marítimas, sendo uma delas apenas de embarcações; outra simula dois pilotos em um jato, enquanto, na vida real, forças israelenses bombardeiam Gaza, Líbano e Síria. Mais de 50 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra entre Israel e o grupo radical Hamas, em outubro de 2023.

A trend, por si só, é controversa por similar o trabalho de um artista. Mas torna-se ainda mais polêmica no contexto das FDI, já que Miyazaki é conhecido por obras contra guerras. Em 2003, ele deixou de comparecer à cerimônia do Oscar em protesto à guerra no Iraque, quando os Estados Unidos invadiram o país. O ilustrador japonês também é contra o uso de IA, definindo como “um insulto à vida”.
Em resposta, usuários passaram a postar animações que mostram um outro lado da vida na Faixa de Gaza. Entre elas, estão imagens de uma família rendida por soldados israelenses, militares segurando um vestido vermelho (em referência a quando membros das FDI gravaram um vídeo debochando das roupas íntimas de mulheres em Gaza) e um homem com uma bandeira da Palestina — esse último, com a legenda: “A terra é nossa e nós a recuperaremos mais cedo ou mais tarde”.
