Fontana di Trevi: que ‘dolce vita’, que nada
A fonte ornada por estátuas de deuses marinhos está passando por uma nova reforma
Iniciada em 1732 e concluída em 1762, a Fontana di Trevi é um legado do período barroco na Itália e um símbolo arquitetônico da extravagância de Roma. Restaurada em três oportunidades, em 1988, 1998 e 2014, a fonte ornada por estátuas de deuses marinhos está passando por uma nova reforma. A prefeitura romana acaba de inaugurar uma passarela temporária sobre o monumento do século XVIII. A estrutura, que será retirada somente em dezembro, quando as obras acabarem, permite que os turistas, cerca de 130 pessoas por vez, consigam vê-la a partir de um ângulo diferente. O passeio é grátis, mas é proibido o tradicional ato de atirar moedas, já que não há água para abrandar a sua queda — quem violar a regra será multado. Para contornar essa limitação, as autoridades municipais instalaram uma piscina sem graça para que os visitantes possam tentar a sorte durante a limpeza do local. Apesar dos protestos generalizados contra o emaranhado de andaimes, os administradores do local comemoraram a presença de 14 000 pessoas no primeiro fim de semana de trabalhos. Também festejaram o recolhimento de 4 600 euros em moedas de dentro da fonte improvisada. Em breve, ela voltará a ser lembrada como aparece em A Doce Vida, de Fellini, filme no qual Anita Ekberg entra nas suas águas e convida Marcello Mastroianni a segui-la em sua pequena transgressão. Difícil, ou mesmo impossível, será fugir das multidões de turistas que madrugam por lá.
Publicado em VEJA de 15 de novembro de 2024, edição nº 2919