Filho de Osama bin Laden se prepara para chefiar Al Qaeda
Hamza Bin Laden é figura cada vez mais frequente de vídeos do grupo terrorista e pode ser a aposta da Al Qaeda para retomar espaço
Em novo vídeo de propaganda do grupo extremista Al Qaeda, o filho de Osama bin Laden, Hamza bin Laden, dá mais sinais do poder que terá nos próximos anos. O herdeiro jihadista, agora próximo dos 28 anos, envia uma mensagem aos seguidores do pai e pede que usem quaisquer meios disponíveis para atacar judeus, americanos e até russos, segundo o centro de monitoramentos de terrorismo SITE.
“Se você consegue pegar uma arma de fogo, ótimo. Se não, as opções são diversas”, diz Hamza. O vídeo usa imagens de ataques terroristas e não mostra o rosto do jovem, que desde a infância não aparece na internet, mas seu discurso soa exatamente como o pai. Nos últimos anos, gravações com a voz de Hamza têm se tornado mais frequentes, o que indica que está no caminho para ser um nome importante na Al Qaeda.
Em entrevista à emissora americana CBS, Ali Soufan, oficial do FBI que liderou investigações após o 11 de setembro de 2001, disse que Hamza ficou anos sem ver o pai antes de sua morte, porém, estudava a ideologia da Al Qaeda e escrevia cartas a Osama. Em um dos documentos encontrados na casa em que Bin Laden foi morto, em 2011, Hamza dizia “ser forjado em ferro” e afirmava que estava pronto para “marchar com os exércitos de Muajahadeen”, termo usado para se referir aos jihadistas.
Quando menino, Hamza costumava aparecer em vídeos ao lado do pai, armado e em treinamento com outras crianças. De acordo com o oficial do FBI, “ele tinha muito carisma e enorme habilidade de falar em público”. Na infância, ele funcionava como uma espécia de “garoto propaganda” do terrorismo.
“Hamza, a esse ponto, está sendo preparado para a alta liderança da Al Qaeda, para ter um papel ao longo do caminho na chefia da organização e, provavelmente, para unificar o movimento jihadista global”, disse Soufan. Com a força do sobrenome, o herdeiro terrorista pode ser a chance da Al Qaeda de retomar o espaço que perdeu para o Estado Islâmico (EI), originalmente um braço do grupo, que tem perdido inúmeros combates contra as forças de segurança e se enfraquecido rapidamente.