Filho de brasileiros, deputado dos EUA pode ser destituído por corrupção
Câmara dos Representantes decidirá destino de George Santos nesta quarta-feira

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos vota nesta quarta-feira, 1, a expulsão do deputado republicano George Santos, filho de brasileiros, em razão de acusações de corrupção. Para que seja destituído do cargo, é preciso que dois terços dos legisladores votem a favor da retirada. O Partido Republicano comanda a casa por uma estreita maioria, de 221-212, e a saída de Santos pode reduzir esse número, já que seu substituto é selecionado através de uma eleição especial.
Santos representa uma pequena fatia da cidade de Nova York e partes de seus subúrbios ao leste, e os analistas eleitorais apartidários dizem que os democratas podem reconquistar a cadeira. Os legisladores republicanos do estado de Nova York disseram no mês passado que apresentariam uma resolução para expulsar Santos.
A medida, contudo, foi adiada depois da destituição do então presidente da Câmara, Kevin McCarthy, em 3 de outubro. Sem um presidente, a casa é paralisada, sendo impedida de abrir novas votações. Após duas candidaturas fracassarem, Mike Johnson ganhou o cargo na última quarta-feira, 25. O recém-chegado, por sua vez, é contrário à expulsão de Santos.
+ Filho de brasileiros, deputado dos EUA se declara inocente de 23 acusações
O deputado de Nova York se declarou inocente de 23 acusações federais, que incluem crimes como lavagem de fundos para pagar despesas pessoais, recebimento ilegal de seguro-desemprego e cobrança de cartões de crédito de doadores sem consentimento, constituindo roubo de identidade. O julgamento de Santos está marcado para 9 de setembro de 2024, pouco antes das eleições para a Casa Branca e o Congresso americano.
O deputado, que busca a reeleição em 2024, nega qualquer envolvimento com as finanças da sua campanha e afirma que Nancy Marks, sua antiga tesoureira, deve ser responsabilizada pelos desvios. Ela, por sua vez, se declarou culpada por fraude e admitiu que fez parte do esquema de falsificação dos registros de doação e do empréstimo fictício.
Ele também esteve no centro dos holofotes em novembro do ano passado, quando foi acusado de inventar parte de sua biografia durante a campanha. Como consequência, o Comitê de Ética da Câmara informou que está analisando um amplo conjunto de denúncias contra o congressista de 35 anos.
Ao todo, 40 testemunhas foram contatadas e 170 mil páginas de documentos foram revisadas, além da promulgação de 37 intimações. A comissão divulgará os próximos passos da investigação até 17 de novembro.