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Filho de Biden, Hunter volta atrás e se diz culpado de evasão de impostos

Julgamento do caso começa nesta quinta-feira; réu usa estratégia da 'confissão de Alford', na qual reconhece que promotoria tem provas para condenação

Por Da Redação Atualizado em 5 set 2024, 15h03 - Publicado em 5 set 2024, 14h51

Hunter Biden, filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, planeja mudar sua declaração de inocência no caso sobre evasão de impostos, cujo julgamento começou nesta quinta-feira, 5. Com isso, adotará a estratégia chamada de “confissão de Alford”, na qual o réu apenas reconhece que a promotoria tem provas suficientes para uma condenação, sem admitir culpa total. O intuito é escapar de uma pena mais severa.

“Há evidências esmagadoras da culpa do réu”, disse o advogado de defesa, Abbe Lowell, ao informar o juiz o desejo de Hunter de alterar a declaração. “Isso pode ser resolvido hoje. Não é uma questão complicada.”

Hunter entrou no tribunal acompanhado de sua esposa, Melissa Cohen Biden, e protegido por agentes do Serviço Secreto. Em junho, ele foi condenado por ter comprado uma arma ilegalmente, em uma época quando ainda fazia uso de drogas (o que é proibido pela lei dos Estados Unidos). Foi a primeira vez que um familiar imediato de um presidente foi considerado culpado de um crime durante o mandato do pai, embora o delito seja anterior à eleição de Biden. Este é, portanto, o segundo julgamento contra o empresário americano.

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Entenda o caso

O filho do presidente foi indiciado com nove acusações relacionadas a fraude fiscal no estado da Califórnia. Elas incluem três crimes e seis contravenções, e Hunter enfrenta uma possível sentença de 17 anos se for condenado. Segundo a promotoria, “o réu se envolveu em um esquema de quatro anos para não pagar pelo menos US$ 1,4 milhão em impostos federais que devia nos anos fiscais de 2016 a 2019”.

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A acusação também afirmou que ele “direcionou milhões de dólares a um estilo de vida extravagante em vez de pagar seus impostos”, incluindo gastos com strippers e sites pornográficos. Acredita-se que a equipe de defesa alegará que ele não agiu “intencionalmente” para infringir a lei, em razão do vício de Hunter em álcool e drogas, segundo a agência de notícias Associated Press.

Em contrapartida, o juiz distrital Mark Scarsi, nomeado pelo ex-presidente republicano Donald Trump, proibiu os advogados de Hunter de atribuírem seus problemas com a Justiça e o abuso de substâncias a tragédias pessoais. Seu irmão Beau Biden, morreu de câncer aos 46 anos, em 2015, enquanto sua mãe, Neilia Hunter, e sua irmã, Naomi, de 13 meses, perderam a vida em um acidente de carro em 1972.

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Legado de Biden

A partir da “confissão de Alford”, Hunter conseguiria evitar que um escrutínio público dos seus negócios no exterior, fonte de alarde para republicanos linha-dura que tentam acusar o presidente americano, sem evidências, de corrupção. Eles alegam que Biden estava ciente de que o filho, em 2020, se utilizou do status do status do pai (ainda candidato na época) para fechar contratos com uma influente produtora de gás natural sediada na Ucrânia.

Embora Biden tenha abandonado a corrida presidencial deste ano, cedendo o lugar para sua vice, Kamala Harris, sua preocupação com bem-estar do seu filho e com a possível condenação pode trazer contornos negativos à sua carreira política de cinco décadas, meses antes de deixar a Casa Branca.

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