Fifa deve banir Irã da Copa por violar direitos das mulheres, diz grupo
Organização de direitos humanos Open Stadium alertou que muitas mulheres são proibidas de entrar em estádios; Pedido ocorre em meio a protestos no Irã
![TEHRAN, IRAN - MAY 26: An Iranian woman and her baby are seen singing the "Hello Commander" anthem, which is widely covered on social media in Iran, at Azadi Stadium during the program of collective singing the "Hello Commander" anthem in Tehran, Iran on May 26, 2022. Programs to sing the "Hello Commander" anthem, which started on March 18, the birthday of Mahdi, known as the 12th Imam in Iran, spread throughout the country in a short time. (Photo by Fatemeh Bahrami/Anadolu Agency via Getty Images)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/09/GettyImages-1240926885.jpg?quality=90&strip=info&w=1024&h=683&crop=1)
O Open Stadiums, um grupo de direitos humanos, pediu à Fifa nesta sexta-feira, 30, para banir o Irã da Copa do Mundo deste ano, porque o regime tem a prática de impedir mulheres de assistirem a jogos de futebol em seu próprio país.
O grupo disse que o país não deveria ser autorizado a competir enquanto “as mulheres iranianas continuam barradas do nosso ‘lindo jogo'” por autoridades, mesmo que, há poucas semanas, as iranianas tenham sido autorizadas a assistir uma partida doméstica pela primeira vez desde 1979.
“As mulheres iranianas não confiam nem nas autoridades da República Islâmica nem na Federação Iraniana de Futebol de que o estádio Azadi continuará aberto a elas após a conclusão da Copa do Mundo de 2022, em 18 de dezembro”, disse o Open Stadiums em carta aberta ao presidente da Fifa, Gianni Infantino.
O grupo também argumenta que mesmo quem viajar ao Catar para assistir a partidas corre o risco de entrar em conflito com as autoridades iranianas, já que espiões do estado podem acompanhar a viagem.
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Proibir as mulheres de assistir jogos vai contra as regras internacionais do futebol, aponta a carta, argumentando que a Fifa deveria “expulsar imediatamente o Irã da Copa do Mundo de 2022 no Catar” como resultado.
Sites de notícias iranianos relataram especulações de que as mulheres foram autorizadas a assistir a uma partida em agosto, depois que a Fifa enviou uma carta às autoridades do país. A Fifa já havia dito à BBC que não “desviaria os olhos” do assunto.
Não há proibição oficial de mulheres irem a eventos esportivos no Irã, mas é raro que isso aconteça, porque sua entrada é, na maioria das vezes recusada.
Antes disso, as mulheres haviam sido efetivamente impedidas de participar de partidas domésticas masculinas, devido à desaprovação do clero sob o regime muçulmano xiita. As mulheres compareceram a várias partidas internacionais, incluindo uma em março deste ano.
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O grupo de direitos humanos, que luta pela igualdade de acesso ao esporte no Irã, também afirmou na carta que os membros do time de futebol que vão para o Catar no final deste ano foram proibidos de falar sobre os protestos mortais que atualmente abalam o país. Eles foram desencadeados pela morte de uma jovem, Mahsa Amini, sob custódia da polícia, depois que ela foi detida pela polícia da moralidade por usar o hijab “incorretamente”.
A carta aponta que o centro de detenção onde ela morreu é o mesmo “para onde as torcedoras geralmente são levadas e torturadas se ousam tentar assistir a um jogo de futebol”.