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FBI alerta para possível retaliação do Irã em solo americano, após ataque dos EUA

Documento interno obtido pelo New York Times mostra que autoridades do alto escalão pediram aumento de monitoramento

Por Júlia Sofia SEGUIR SEGUINDO 23 jun 2025, 18h58

Relatório conjunto foi emitido pelo Federal Bureau of Investigation (FBI), o National Counterintelligence and Security Center (NCSC) e o Air Force Office of Special Investigations (AFOSI). 03/07/2023 — Autoridades do governo americano estão cada vez mais preocupadas com a possibilidade de o Irã retaliar os bombardeios (Celal GÃ¼neÅ/Anadolu Agency/Getty Images)

O FBI, serviço doméstico de inteligência e segurança dos Estados Unidos, expressou preocupação com a possibilidade de o Irã realizar ataques em solo americano, em resposta a bombardeios americanos contra instalações nucleares iranianas no final de semana. Em um comunicado interno emitido no domingo, 22, e obtido pelo New York Times, membros do alto escalão da agência alertam que “grupos afiliados ao Irã historicamente reagem a eventos geopolíticos com ações contra interesses dos EUA, e provavelmente aumentarão esforços no curto prazo”.

Segundo reportagem do New York Times publicada nesta segunda-feira, 23, o FBI orientou ainda que os escritórios ao redor do país reforcem o monitoramento de fontes e mantenham contato constante com o Departamento de Defesa, incluindo a Guarda Nacional.

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Além da ameaça física, as forças de segurança domésticas dos Estados Unidos também alertaram para riscos cibernéticos e radicais internos. Segundo o boletim divulgado no domingo, o atual conflito pode servir de gatilho para extremistas locais se mobilizarem de forma autônoma, motivados por mensagens da liderança iraniana. O documento também cita a possibilidade de atos terroristas cometidos por células iranianas adormecidas em território americano e de ações contra cidadãos dos EUA no exterior, ampliando a preocupação com uma retaliação coordenada em múltiplas frentes.

As tensões entre os Estados Unidos e o Irã se arrastam há décadas, mas se intensificaram nos últimos dias. Nesta segunda-feira, 23, o Irã afirmou ter lançado mísseis contra bases militares americanas no Iraque e no Catar, em retaliação direta ao bombardeio das instalações nucleares iranianas realizado pelos EUA no último sábado, 21.

Segundo o governo do Catar, a base de Al-Udeid, em Doha, já havia sido esvaziada mais cedo, seguindo medidas de precaução, dada a alta tensão na região. “Confirmamos que não há feridos ou mortos como resultado do ataque”, disse o porta-voz. Em nota, o Ministério da Defesa do Catar confirmou que não há vítimas e que sistemas de defesa aérea interceptaram “com sucesso” o ataque.

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De acordo com o governo iraniano, o ataque com mísseis à base americana correspondeu ao número de bombas lançadas pelos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas neste fim de semana. Teerã também afirmou ter mirado a base porque ela fica longe de áreas povoadas e, segundo reportagem do jornal americano The New York Times, o Irã coordenou a ofensiva com autoridades catarianas com antecedência, na tentativa de minimizar baixas.

A Base Aérea de Al-Udeid, no Catar, abriga 10 mil soldados e é a maior instalação militar americana na região. Nas últimas semanas, muitas aeronaves e funcionários da base foram retirados do local. Enquanto isso, a Reuters reportou que o sistema de defesa aérea da base aérea americana de Ain al-Asad, no Iraque, foi ativado por medo de um ataque.

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