Falha em lançamento de navio de guerra norte-coreano enfurece Kim Jong-un
Contratorpedeiro ficou danificado e encalhado após acidente na cerimônia, acompanhada pessoalmente pelo ditador

Um erro técnico durante a cerimônia de lançamento de um novo contratorpedeiro da Coreia do Norte causou danos graves à embarcação e provocou uma reação furiosa de Kim Jong-un. O incidente, ocorrido na quarta-feira, 21, no estaleiro de Chongjin, foi acompanhado pessoalmente pelo ditador, que classificou o episódio como “um ato criminoso” e “uma afronta à dignidade nacional”.
Segundo a agência estatal KCNA, a falha comprometeu a estabilidade do navio, que ficou inclinado e encalhado, sem conseguir deixar o estaleiro. Kim culpou o acidente à “absoluta imprudência, irresponsabilidade e empirismo anticientífico” dos envolvidos, afirmando que a falha ultrapassou “os limites do aceitável”.
Entre os principais alvos das críticas estão o Departamento da Indústria de Munições e a Universidade de Tecnologia Kim Chaek, responsáveis pelo projeto da embarcação. Kim determinou a abertura imediata de uma investigação e prometeu punições severas. Segundo a KCNA, uma reunião extraordinária será convocada em junho para analisar os “erros irresponsáveis”. Não foram divulgadas informações sobre feridos ou outros danos humanos.
O fracasso no lançamento representa um revés importante para o programa de modernização naval norte-coreano, anunciado no mês passado. Pyongyang afirmou que o contratorpedeiro estava equipado com “as armas mais poderosas” e estaria pronto “para entrar em ação no início do próximo ano”. De acordo com analistas sul-coreanos, o navio pode ter sido construído com apoio técnico da Rússia, como parte do acordo militar que envolve o envio de tropas norte-coreanas à guerra na Ucrânia.
Nas últimas semanas, Kim supervisionou testes de mísseis, manobras aéreas e reforçou a aliança com Moscou, enviando cerca de 14 mil soldados para apoiar as forças russas. Especialistas avaliam que os danos ao contratorpedeiro são severos e que o conserto pode levar meses, atrasando o cronograma militar de Pyongyang.