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Faces da cólera: a ferida aberta em Israel pelo ataque do Hamas

O custo humanitário da reação israelense foi avassalador. Às vésperas do fim do ano, o número de mortos em Gaza aproxima-se de 20 mil

Por Paula Freitas Atualizado em 22 dez 2023, 09h27 - Publicado em 22 dez 2023, 06h00

Como se não bastasse uma guerra devastadora na Europa, onde a Ucrânia invadida pela Rússia exibe as feridas de quase dois anos de bombardeios e o vazio deixado por 6 milhões de cidadãos em fuga, 2023 termina com mais uma ferida aberta por ataques, combates e mortes, muitas mortes. No sempre explosivo Oriente Médio, na madrugada de 7 de outubro, um sábado de feriado em Israel, levas de militantes do grupo palestino Hamas, no governo da Faixa de Gaza, furaram os bloqueios na fronteira, invadiram cidades, kibutzim e bases militares próximas e puseram-se a cometer toda sorte de atrocidades: famílias inteiras assassinadas a tiros em casa, bebês dizimados em berços ensanguentados, carros incendiados com pessoas dentro, soldados baleados dormindo em alojamentos. Uma rave no deserto virou depósito de corpos dilacerados, alguns com evidências de violência sexual. No balanço final, o ataque, que durou mais de um dia, favorecido por um corte de comunicações que atrasou a chegada de ajuda, resultou em 1 200 mortos, quase 7 000 feridos e 240 reféns levados para Gaza. Israel reagiu com a fúria esperada: o bombardeio sem trégua a Cidade de Gaza, a principal cidade ao norte, começou no dia 8 e foi seguido da incursão de blindados e tropas, em uma vasta operação de guerra que se estenderia para o sul — com uma breve trégua de seis dias, na qual 89 reféns foram soltos — e só cessaria, segundo o primeiro-ministro Benjamin Ne­ta­nyahu, com a “total eliminação” do Hamas.

O custo humanitário da reação, na estreita faixa de terra à beira do Mediterrâneo apinhada de civis, foi avassalador. Às vésperas do fim do ano, o número de mortos na Faixa de Gaza aproxima-se de 20 000, ao menos um terço deles crianças. Calcula-se que 1,8 milhão, dos 2 milhões de habitantes, tenham saído de suas casas, fugindo das bombas. Faltam água, comida, energia e cuidados médicos. A situação desencadeou uma onda de antissemitismo mundo afora. Em meio a manifestações legítimas a favor dos palestinos, houve até quem defendesse o brutal Hamas, cuja crueldade provocou o conflito. Em pé de guerra, o Oriente Médio entra em 2024 mais dividido e conflagrado do que nunca.

Publicado em VEJA de 22 de dezembro de 2023, edição nº 2873


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