Facebook sabia de interferência russa em eleições dos EUA, diz Zuckerberg
Depoimento que empresário dará ao Congresso americano na quarta-feira é publicado antecipadamente on-line
O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, reconheceu que a empresa sabia sobre a interferência da Rússia nas eleições americanas de 2016 e não “reagiu a tempo” para evitá-la, segundo depoimento que será apresentado pelo empresário ao Congresso dos Estados Unidos na quarta-feira e que foi divulgado nesta segunda-feira pelo governo americano.
A influência russa na escolha de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos estava sendo investigada pelo promotor especial Robert Mueller e foi veementemente negada pelo Kremlin.
O depoimento de Zuckerberg cita a empresa Internet Research Agency, com sede em São Petersburgo, acusada por Mueller de colher dados de cidadãos americanos. Segundo o CEO do Facebook, a companhia russa “atuou repetidamente de maneira enganosa” para tentar manipular cidadãos da Europa, Estados Unidos e da própria Rússia.
Zuckerberg estima que a empresa tenha atingido 126 milhões de pessoas com uma única página na rede. No Instagram, foram 20 milhões de usuários afetados.
O diretor executivo da maior rede social do mundo destaca algumas das grandes eleições que ainda devem acontecer em 2018, como as do Brasil e do México, para afirmar que o Facebook está trabalhando para evitar novos incidentes nesses países.
Sobre o caso de interferência da empresa Cambridge Analytica, também nas eleições americanas de 2016, Zuckerberg diz que admite a responsabilidade pelo vazamento de dados e pelas notícias falsas divulgadas nas redes sociais.
“Não tivemos uma visão suficientemente ampla de qual era a nossa responsabilidade e isso foi um grande erro. Foi meu erro e peço desculpas. Comecei o Facebook, o administro e sou responsável pelo que ocorre por lá”, afirma o executivo-chefe da empresa no depoimento.