Explosão de pagers usados pelo Hezbollah no Líbano deixa ao menos 11 mortos
O grupo libanês responsabilizou Israel pelo incidente, que deixou cerca de 4.000 feridos – 200 deles em estado crítico
Pelo menos 11 pessoas morreram nesta terça-feira, 17, depois que centenas de pagers utilizados pelos membros da milícia libanesa Hezbollah, aliada do grupo terrorista palestino Hamas e financiada pelo Irã, explodiram quase simultaneamente no Líbano e em partes da Síria. Cerca de outras 4.000 pessoas ficaram feridas — 200 delas em estado crítico, segundo a agência de notícias Associated Press.
Dois combatentes do Hezbollah estão entre os mortos no incidente. O embaixador iraniano em Beirute, Mojtaba Amani, teve ferimentos leves e está sob observação em um hospital, informou a agência de notícias Fars.
Um oficial do Hezbollah disse à Associated Press que as explosões foram a “maior violação de segurança” à qual o grupo foi submetido em quase um ano de conflito com Israel – com quem tem trocado disparos pela fronteira desde a eclosão do conflito em Gaza.
“O inimigo (Israel) está por trás deste incidente de segurança”, disse o oficial, acrescentando que as explosões foram resultado de “uma operação de segurança que teve como alvo os dispositivos”. Segundo ele, os pagers tinham baterias de lítio que aparentemente explodiram.
A Agência Nacional de Notícias, uma estatal libanesa, informou que, nos arredores de Beirute e em outras áreas, “o sistema de pagers portáteis foi detonado usando tecnologia avançada, e dezenas de feridos foram registrados”.
O Ministério da Saúde do Líbano pediu que todas as pessoas que possuem pagers se afastem dos aparelhos, para prevenir novos acidentes, e que os profissionais de saúde evitem usar dispositivos portáteis.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, já havia pedido para que os membros não utilizem celulares, afirmando que Israel poderia rastrear suas localizações e realizar ataques direcionados.
Tensão entre Israel e Hezbollah
O incidente acontece em um momento de tensão entre Israel e o Hezbollah, marcado pela escalada de bombardeios na fronteira entre Líbano e Israel.
No final do mês passado, caças israelenses bombardearam mais de quarenta alvos do Hezbollah, que estaria preparando um ataque para vingar o assassinato de um de seus principais líderes, o vice-comandante Fouad Shukr, morto em Beirute por forças de Tel Aviv.
Em seguida, o grupo militante libanês lançou cerca de 300 mísseis e drones contra alvos militares do outro lado da fronteira, a maioria neutralizada no ar pelo sistema de defesa antiaérea de Israel, o Domo de Ferro. Foi a pior escalada de violência entre os dois lados desde o início do conflito na Faixa de Gaza, em 7 de outubro do ano passado.