Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

Exigências da UE em acordo com Mercosul são ‘ameaça’, diz Lula

Presidente garante que 'está doido' para concluir o pacto, mas critica países europeus durante cúpula na França

Por Da Redação
Atualizado em 23 jun 2023, 09h53 - Publicado em 23 jun 2023, 09h50

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira, 23, que considera as exigências extra da União Europeia para concluir o acordo comercial com o Mercosul uma “ameaça a um aliado estratégico”. O comentário se deu durante encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron, e dezenas de chefes de Estado, na cerimônia de encerramento da Cúpula do Novo Pacto Financeiro.

O acordo Mercosul-UE é negociado desde 1999. Em 2019, primeiro ano da gestão do então presidente Jair Bolsonaro (PL), os dois blocos anunciaram a conclusão da negociação entre áreas técnicas, feito celebrado pelo governo na época. Contudo, a formalização do acordo não ocorreu. Devido ao aumento do desmatamento nos anos seguintes, os europeus anunciaram que enviariam uma “side letter” (“carta adicional”, no português), com novas e complexas exigências para o prosseguimento do acordo.

“Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia, mas não é possível a carta adicional que foi feita pela União Europeia. Vamos mandar resposta, mas é preciso que comecemos a discutir”, disse Lula. “Não é possível que haja uma carta adicional fazendo ameaças a parceiro estratégico”, acrescentou.

Dois dias antes, ao fim de sua visita à Itália, ele já havia afirmado que os termos europeus para o pacto são “inaceitáveis”.

Um dos termos criticados por Lula permite que empresas europeias e brasileiras recebam o mesmo tratamento em compras realizadas pelo governo federal. Também há descontentamento com as demandas ambientais, entre elas que os países sul-americanos sejam penalizados caso não cumpram as metas climáticas do Acordo de Paris.

Continua após a publicidade

Na semana passada, a Assembleia Nacional da França aprovou uma resolução pedindo que o governo do país se oponha ao acordo entre os blocos. O texto, apoiado por deputados da base governista do presidente e dos partidos de esquerda da oposição, não tem poder de lei, mas foi um golpe político contra as negociações e as pretensões de Lula para concluir o pacto comercial até o final deste ano.

Durante a cúpula, que promoveu mesas redondas para discutir a reforma de instituições financeiras multilaterais e bancos, com objetivo de aumentar o investimento em ações climáticas nos países em desenvolvimento, o petista também criticou a ausência de discussões sobre desigualdade social.

“Não é possível que, em um encontro com líderes mundiais, a palavra desigualdade não apareceu”, declarou, acrescentando que a ação climática anda de mãos dadas com o combate à concentração de riqueza.

Continua após a publicidade

Apesar disso, o presidente brasileiro elogiou o bloco europeu, que ele chamou de “patrimônio democrático para a humanidade”. Segundo ele, o objetivo é fazer o mesmo na América Latina – e voltou a defender moedas para o comércio internacional que tornem os países independentes do dólar. “Por que preciso do dólar para negociar com a Argentina, com a China?”, questionou.

Logo após o encerramento da cúpula, Lula e Macron seguem para uma reunião bilateral durante o almoço.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.