Exército de Israel diz que líder do Hamas pode ter morrido durante ataque em Gaza
Yahya Sinwar é considerado um dos principais arquitetos dos ataques de 7 de outubro do ano passado, que deixaram 1.200 israelenses mortos
Israel disse nesta quinta-feira, 17, que o líder do grupo palestino radical Hamas, Yahya Sinwar, pode ter sido “eliminado” durante um ataque à Faixa de Gaza, de acordo com a agência de notícias Reuters. Militares israelenses estariam no processo de confirmar a morte. Sinwar é considerado um dos principais arquitetos dos ataques de 7 de outubro do ano passado, que deixaram 1.200 israelenses mortos.
“Durante as operações das Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza, três terroristas foram eliminados. As forças de segurança estão verificando a possibilidade de que um dos terroristas fosse Yahya Sinwar. Neste estágio, a identidade dos terroristas não pode ser confirmada”, disseram os militares em comunicado.
Sinwar chegou ao posto após a morte do seu antecessor, Ismael Haniyeh, numa suposta operação israelense na capital iraniana, Teerã. Haniyeh, que vivia no Catar, estava no país para a posse do novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian. O Hamas acusou Israel pelo bombardeio contra uma residência para veteranos de guerra que matou Haniyeh e um segurança, prometendo vingança.
Ao contrário de Haniyeh, Sinwar nunca deixou a Faixa de Gaza e foi nomeado chefe político do grupo no enclave palestino em 2017, com raras aparições públicas. Nascido em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, ele tornou-se membro do Hamas na década de 1980. Ao todo, passou 23 anos em prisões israelenses, tendo sido libertado em 2011 em acordo de troca de prisioneiros.
O homem de 61 anos foi responsável por fortalecer o braço armado do grupo, as Brigadas Al-Qassam. Após 7 de outubro, conseguiu permanecer fora do radar israelense, apesar da violenta campanha de Tel Aviv em Gaza. Até o momento, mais de 40 mil palestinos foram mortos.
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Série de mortes
Em setembro, o chefe da milícia libanesa Hezbollah, aliada do Hamas, também foi assassinado num bombardeio israelense. A morte de Hassan Nasrallah foi confirmada pelos militantes um dia após Israel ter anunciado um ataque à “sede central” do Hezbollah em Beirute, capital do Líbano. O episódio foi definido pelo grupo como um “traiçoeiro ataque aéreo sionista nos subúrbios do sul”.
Na mesma semana, Israel também matou o chefe da forças áreas do Hezbollah, Muhammad Hossein Sarur. Em meio à escalada da violência em Beirute, as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram a morte de Zahi Yaser Abd al-Razeq Oufi, chefe do grupo palestino Hamas encarregado por Tulcarém, cidade na Cisjordânia, no início deste mês. Na véspera, Hassan Ja’far al-Qasir, genro de Nasrallah, foi morto em Damasco, na Síria.