Ex-presidente diz que Rússia pode tomar mais territórios depois da Ucrânia
Segundo Dmitry Medvedev, única maneira de Moscou garantir uma paz duradoura é afastar as fronteiras de Estados hostis o máximo possível
O ex-presidente russo Dmitry Medvedev afirmou nesta sexta-feira, 24, que a única maneira de Moscou garantir uma paz duradoura com a Ucrânia é afastar as fronteiras de Estados hostis o máximo possível, mesmo que isso signifique as fronteiras da Polônia, que é membro da Otan.
Em publicação no Telegram, o aliado do presidente Vladimir Putin, “previu” que a Rússia sairia vitoriosa da guerra e que algum tipo de acordo acabaria por encerrar os combates. As falas de Medvedev, que é vice-chefe do Conselho de Segurança russo, acontecem na marca de um ano da invasão russa à Ucrânia.
“A vitória será alcançada. Todos nós queremos que aconteça o mais rápido possível. E esse dia chegará”, disse, acrescentando que negociações difíceis com o Ocidente e a Ucrânia culminariam em “algum tipo de acordo”.
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Mas, segundo ele, qualquer documento careceria do que chamou de “acordos fundamentais sobre fronteiras reais”, e não seria um pacto de segurança abrangente, tornando vital para a Rússia estender suas próprias fronteiras agora.
“É por isso que é tão importante atingir todos os objetivos da operação militar especial. Reduzir ao máximo as fronteiras que ameaçam nosso país, mesmo que sejam as fronteiras da Polônia”, disse Medvedev.
A Polônia tem uma fronteira de cerca de 200 quilômetros com o enclave russo de Kaliningrado e qualquer invasão às linhas fronteiriças colocaria a Rússia pela primeira vez em um confronto com um Estado-membro da Otan, a principal aliança militar ocidental.
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Atualmente vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, Medvedev falou no início desta semana que a Rússia desapareceria em caso de derrota na guerra e cutucou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que estava na Polônia.
Segundo Medvedev, Biden estaria apelando “para pessoas de outros países” em um momento que os EUA estão “cheio de problemas domésticos”. Ele acrescentou que os cidadãos russos não deveriam acreditar no líder do país que “desencadeou a maioria das guerras nos séculos 20 e 21” e atualmente censura a Rússia “por agressividade”.