Ex-ministro de Moçambique é acusado por ter recebido propina da Embraer
Empresa brasileira pagou mais de 3 milhões de reais para concluir a venda de dois aviões entre 2008 e 2010
O ex-ministro de Transportes e Comunicações de Moçambique Paulo Zucula foi acusado nesta sexta-feira (20) de corrupção por um tribunal de Maputo por supostamente ter recebido propina na compra de aviões da Embraer para a companhia aérea estatal LAM.
Além de Zucula, foram também acusados o ex-presidente da LAM José Viegas e o antigo gerente da companhia energética sul-africana Sasol Mateus Zimba, informou o Jornal Notícias de Moçambique.
Os fatos ocorreram entre 2008 e 2010, quando a LAM adquiriu duas aeronaves da Embraer. Na operacão, 800.000 dólares (3 milhões de reais) foram pagos em propina para garantir sua conclusão.
No final de 2016, a Embraer admitiu na Justiça brasileira ter pago essa quantia em propinas a diretores de LAM para fechar a venda de dois aviões comerciais, por um preço unitário de 32 milhões de dólares – o equivalente hoje a 120,6 milhões de reais.
Após a entrega das aeronaves, um consultor da companhia aérea emitiu faturas em nome da empresa para justificar estes pagamentos.
Zucula, Viegas e Zimba também foram acusados pelo Ministério Público de Moçambique de lavagem de dinheiro, e agora o tribunal deverá marcar uma data para o início do julgamento.
Após terem sido detidos e levados perante ao juiz, os três foram libertados depois pagarem fiança de 14,5 milhões de meticais, o correspondente a 928.000 reais.
Em nota a Veja, a Embraer informou que, desde o início das apurações sobre o caso, em 2010, a companhia realizou uma ampla investigação interna, conduzida de maneira independente por escritórios de advocacia externos.
“A empresa reportou sistematicamente o progresso da investigação ao mercado, como parte de seu compromisso de divulgação de fatos relevantes aos investidores, tendo mantido as agências reguladoras no Brasil e nos EUA informadas sobre a evolução da investigação”, diz a nota. “A Embraer continuará a colaborar com as autoridades competentes de cada país para esclarecimento dos fatos”, completa.
(Com EFE)