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Ex-ministro da Colômbia acusa o presidente Gustavo Petro de abuso de drogas

Álvaro Leyva disse que o discurso do presidente colombiano sobre 'justiça social' o atraiu para o governo, mas que realidade não condizia com idealismo

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 abr 2025, 17h30

O ex-ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, acusou nesta quarta-feira, 23, o presidente Gustavo Petro de abuso de drogas e de desaparecer por dois dias em uma viagem oficial à França, em 2023.

Em carta direcionada ao líder colombiano, publicada no X, antigo Twitter, Leyva disse que o discurso de posse de Petro sobre “igualdade, liberdade, fraternidade, justiça social e paz abrangente” o atraiu para o governo, mas que a realidade não condizia com o idealismo e que testemunhou cenas de “mal-estar e perplexidade”. 

“As lembranças que ainda tenho frescas de episódios que ocorreram quando fui a primeira testemunha ainda me causam desconforto e confusão. Uma delas, a vez que o senhor desapareceu por dois dias em Paris durante uma visita oficial. Como se a Inteligência francesa fosse incompetente o suficiente para não saber seu paradeiro”, disse o texto.

“Momentos embaraçosos para mim como pessoa e como seu chanceler. Ainda mais quando descobri onde o senhor esteve.”

“Lamento dizer isso hoje — tarde, é verdade — mas naquela época eu já estava ciente de episódios de comportamento semelhante da sua parte. Foi em Paris que pude confirmar que o senhor tinha um problema de dependência de drogas”, continua a carta. “Mas o que eu poderia fazer? Eu certamente era inferior. Deveria ter me aproximado, o ajudado e auxiliado em tempo hábil. Guardo dentro de mim o arrependimento de não ter tentado entrar em contato. A verdade é que o senhor nunca se recuperou. É assim. Infelizmente, sua recuperação nunca aconteceu.”

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Resposta de Petro

Petro rebateu as alegações do ex-ministro. Também em publicação no X, ele ironizou que “tornou-se um pecado” passar tempo com a família. Ele também criticou os veículos de comunicação, dizendo: “A única maneira de a imprensa publicar cartas é me insultando. Isso não fala mal apenas do escritor, mas também da imprensa”. 

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“Paris não tem parques, museus e livrarias mais interessantes que o escritor, o suficiente para passar dois dias? Quase tudo em Paris é mais interessante. Não tenho filhas e netas em Paris que são muito mais interessantes que o escritor?”, escreveu o presidente. 

“Como vários dos meus filhos e minha mãe moram no exterior e, devido à perseguição que sofremos, tenho pouquíssimas oportunidades de vê-los. Não imaginei que esse fato pudesse despertar suspeitas terríveis nas pessoas com quem apertei a mão”, acrescentou em outro post.

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Outras acusações

O jornal colombiano El Tiempo disse é a primeira vez na história recente que uma figura de alto escalão do governo da Colômbia questiona “as faculdades” do presidente, mergulhando o país em uma crise política. Ao veículo, a congressista Katherine Miranda disse destacou que as acusações “graves” seriam irrelevantes “se estivéssemos falando de qualquer pessoa idosa, mas estamos falando do chefe de Estado”.

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Não é a primeira vez, no entanto, que Petro é acusado de abusar de substâncias. Em 2023, ele negou acusações e respondeu que a única coisa que era “viciado é café da manhã”.

Mas, no início deste ano, o presidente da Colômbia polemizou ao amenizar os efeitos da cocaína, a droga mais produzida no país, argumentando que “não era pior que uísque” e só era ilegal por ser fabricada na América Latina.

A produção do pó branco disparou desde que Petro assumiu o cargo, há quase três anos, segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. 

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