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Ex-cirurgião francês é condenado a 20 anos de prisão por abusar de mais de 250 crianças

Joël Le Scouarnec admitiu ter violentado 299 pacientes, dos quais 256 eram menores de 15 anos na época do crime

Por Sara Salbert Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 Maio 2025, 11h55

Um tribunal francês condenou nesta quarta-feira, 28, o ex-cirurgião Joël Le Scouarnec a 20 anos de prisão por agressão sexual de centenas de pacientes, sendo a maioria crianças, no maior julgamento de abuso infantil da história da França. Le Scouarnec, de 74 anos, já cumpre pena desde 2020, quando foi condenado a 15 anos por estuprar e agredir sexualmente quatro menores de idade, incluindo duas de suas sobrinhas.

Neste julgamento, que teve início em fevereiro, o francês admitiu ter agredido sexualmente ou estuprado 299 pacientes — dos quais 256 eram menores de 15 anos na época do abuso  em hospitais públicos e privados no oeste da França entre 1989 e 2014. Muitas das vítimas, que tinham como média de idade 11 anos, estavam sob anestesia ou acordando após as operações. Apesar de estarem sob efeito de medicamentos, elas apresentaram sintomas de estresse pós-traumático, de acordo com psiquiatras citados nos documentos judiciais.

“Estou ciente de que o dano que causei é irreparável”, disse Le Scouarnec na abertura de seu julgamento em fevereiro. “Devo a todas essas pessoas e seus entes queridos admitir minhas ações e suas consequências, que eles suportaram e continuarão tendo que suportar por toda a vida”.

O cirurgião aposentado também afirmou que se considerava “responsável” pela morte de duas de suas vítimas Mathis Vinet, que morreu após uma overdose em 2021, no que sua família diz ter sido um suicídio, e outro homem que foi encontrado morto em 2020. O advogado de Le Scouarnec, Maxime Tessier, disse ao tribunal que o cirurgião “é totalmente culpado”, acrescentando que os médico e políticos franceses devem agora aprender lições com “a grande disfunção do nosso sistema de saúde”, que não interrompeu as décadas de abuso.

As vítimas foram representadas por cerca de 60 advogados no tribunal em Vannes, na região da BretanhaA sentença de prisão de 20 anos é o máximo que Le Scouarnec pode receber por estupro agravado, visto que, na França, as sentenças não são somadas.

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Entenda o caso

O caso teve início em 2017, quando Le Scouarnec teve a casa revistada pela polícia pela primeira vez, depois de ser acusado de estuprar uma vizinha de 6 anos. Na ocasião, foram encontrados diários eletrônicos que narravam décadas de abuso, além de bonecas sexuais e pornografia infantil. As descobertas levaram o cirurgião a ser condenado a 15 anos de prisão por violentar a vizinha, duas sobrinhas e uma paciente, na época com 4 anos, em 2020.

As revelações foram apenas o início das investigações contra o médico. Ele recebeu uma pena suspensa de quatro meses de prisão em 2005, quando foi condenado por posse de pornografia infantil. Ainda assim, conseguiu um emprego como cirurgião no hospital público de Quimperle no ano seguinte.

Embora o comportamento estranho de Le Scouarnec tenha sido relatado por um psiquiatra à gerência do hospital ainda em 2006, o cirurgião continuou a atender crianças. O caso aumenta as críticas contra o sistema de saúde público da França, já que, apesar do seu histórico, o médico trabalhou em hospitais até 2017.

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