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Ex-chefe de gabinete chama Trump de ‘fascista’ que gosta de ‘conduta de ditador’

John Kelly, general aposentado da Marinha, diz que o ex-presidente pedia a mesma deferência de seus aliados que os generais nazistas mostravam a Hitler

Por Da Redação 23 out 2024, 13h36

John Kelly, general aposentado da Marinha que foi chefe de gabinete durante o governo de Donald Trump (2017-2020), afirmou em uma série de entrevistas publicadas na terça-feira 22 que o ex-presidente dos Estados Unidos se encaixa “na definição geral de fascista” e queria generais “como os que Hitler tinha”. A duas semanas do dia da eleição presidencial, essas são as mais recentes e contundentes advertências partindo de ex-assessores do republicano sobre os perigos de seu retorno à Casa Branca.

Definindo o fascismo como uma ideologia política autoritária e ultranacionalista de extrema direita e um movimento caracterizado por um líder ditatorial, autocracia centralizada, militarismo, supressão forçada da oposição, crença em uma hierarquia social natural, Kelly disse ao jornal americano The New York Times que “certamente” esses são os tipos de coisas pelas quais Trump preza em termos de administrar os Estados Unidos.

“Certamente o ex-presidente está na área da extrema direita, ele certamente é um autoritário, admira pessoas que são ditadores — ele disse isso. Então ele certamente se enquadra na definição geral de fascista, com certeza”, afirmou.

Na liderança do gabinete de Trump de 2017 a 2019, Kelly acrescentou que o ex-presidente “certamente prefere a conduta de ditador” do que o governo democrático americano, explicando que seu antigo chefe “não entende a Constituição ou os valores sobre os quais a nação foi construída”, e que a lealdade dos funcionários públicos era para com a Carta Magna, não para com ele pessoalmente.

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Generais de Hitler

À revista The Atlantic, por sua vez, o militar aposentado declarou que o republicano buscava em seus generais a mesma deferência que as forças nazistas mostravam a Adolf Hitler durante a II Guerra Mundial.

Relembrando o momento, ele contou ter pensado que Trump se enganou, tentando referir-se ao exército de Otto von Bismarck, primeiro chanceler do Império Alemão. Kelly questionou: “Certamente você não pode estar se referindo aos generais de Hitler?”, ao que o então presidente teria respondido, segundo seu ex-chefe de gabinete, “Sim, sim, os generais de Hitler.”

“Ele comentou mais de uma vez que, ‘Hitler também fez algumas coisas boas'”, disse Kelly à The Atlantic.

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Reação da campanha

A campanha republicana negou que a conversa tenha acontecido. “Isso é absolutamente falso. O presidente Trump nunca disse isso”, disse Alex Pfeiffer, um dos conselheiros do atual candidato.

O diretor de comunicações da campanha de Trump, Steven Cheung, por sua vez, declarou que Kelly “se iludiu totalmente com essas histórias que ele inventou porque falhou em servir bem seu presidente enquanto chefe de gabinete”.

O Partido Democrata, porém, rapidamente aproveitaram a deixa. Tim Walz, colega de chapa da vice-presidente americana e aspirante à Casa Branca, Kamala Harris, disse na noite de terça-feira em um comício em Wisconsin que a história o deixou “enojado”.

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“Pessoal, as barreiras caíram. Trump está caindo nessa loucura — um ex-presidente dos Estados Unidos e candidato à presidência dos Estados Unidos diz que quer generais como Adolf Hitler teve”, disse Walz, ex-militar da Guarda Nacional do Exército.

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