Ex-atleta olímpica assume a presidência do comitê dos Jogos de Tóquio 2021
Seiko Hashimoto foi escolhida para o lugar de Yoshiro Mori, forçado a renunciar depois de declarações misóginas
Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio, originalmente programados para 2020, têm enfrentado uma crise atrás da outra. Fora o adiamento da competição devido à Covid-19, e as discussões subsequentes para definir a nova data de abertura, que acabou sendo transferida para julho deste ano, o comitê tem enfrentado críticas de parte da população, que pede o cancelamento definitivo das olimpíadas, e a pressão de patrocinadores e construtores que investiram milhões no evento. A crise mais recente foi provocada pelo presidente da organização, o ex-primeiro-ministro Yoshiro Mori, forçado a renunciar depois de afirmar que havia poucas mulheres no corpo diretivo porque “elas falavam demais” – escabrosas declarações misóginas de repercussão internacional.
Em um movimento tanto simbólico quanto inteligente, as autoridades japonesas indicaram uma mulher para substituir Mori: Seiko Hashimoto, política experiente e ex-atleta que participou de diversas olimpíadas em duas modalidades, patinação de velocidade e ciclismo. Seiko, em suas primeiras declarações após assumir o cargo, disse que sua prioridade é garantir a segurança dos atletas e do público durante os jogos, tendo em vista o risco de contágio do coronavírus.
Ainda que alguns analistas ressaltem que a escolha de uma mulher para o cargo foi feita com o propósito de melhorar a imagem do Japão depois das desastrosas falas de Mori, é inegável que Seiko possui as credenciais para o cargo. Como esportista e política, ela terá a oportunidade de mostrar suas qualidades administrativas no comando do comitê organizador. Afinal, a última coisa de que Tóquio precisa é de sexismo e intolerância a poucos meses da abertura dos jogos, que, antes de tudo, são um evento de confraternização.