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EUA: Trump tentou esconder arquivos secretos, diz Departamento de Justiça

Processo judicial do órgão federal americano afirma que FBI invadiu a casa do ex-presidente por 'prováveis' esforços para obstruir a investigação

Por Amanda Péchy
31 ago 2022, 09h27

Um processo judicial do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, divulgado na noite de terça-feira 30, informou que o FBI fez buscas no resort Mar-a-Lago de Donald Trump, na Flórida, depois de obter evidências de que provavelmente havia um esforço para ocultar documentos confidenciais, o que representaria um desafio à intimação do grande júri. Os advogados do ex-presidente negam.

O documento do órgão federal americano detalha, mais do que nunca, a possível obstrução da justiça de Trump à investigação

“Provavelmente foram feitos esforços para obstruir a investigação do governo”, alegou o Departamento de Justiça.

O processo de 36 páginas também revelou que agentes do FBI recuperaram três documentos confidenciais de escaninhos dentro do escritório do ex-presidente em Mar-a-Lago, além de arquivos confidenciais de um depósito. Isso vai contra as alegações dos advogados do ex-presidente de que Trump havia devolvido os papéis após uma intimação.

Em maio, um de seus advogados aceitou o pedido do Departamento de Justiça para devolver os materiais removidos da Casa Branca, mas, em junho, deu ao governo um único envelope com documentos. Uma funcionária de Trump, Christina Bobb, escreveu uma carta certificando que uma “busca diligente” havia sido realizada e todos os documentos referentes à intimação tinham sido devolvidos.

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O advogado do ex-presidente afirmou ainda a Jay Bratt, chefe de contra-inteligência do Departamento de Justiça, que todos os documentos do envelope tinham vindo de um depósito de Mar-a-Lago, que não havia outros registros em nenhum outro lugar do resort e que todas as caixas de materiais trazidas da Casa Branca foram revistadas.

No entanto, o FBI posteriormente descobriu evidências por meio de várias fontes de que documentos confidenciais permaneceram em Mar-a-Lago, desafiando a intimação, e que outros registros do governo foram “provavelmente” ocultos e removidos do depósito.

O Departamento de Justiça disse no processo judicial que as evidências – cujos detalhes foram ocultados no detalhamento do mandado de busca parcialmente divulgado na semana passada – permitiram obter um mandado para entrar em Mar-a-Lago, onde agentes do FBI encontraram mais documentos confidenciais na propriedade privada de Trump.

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“O governo apreendeu 33 itens de evidência, a maioria caixas”, de sua busca no resort de Trump em Palm Beach, Flórida, segundo o texto divulgado na noite de terça. “Três documentos sigilosos que não estavam localizados em caixas, mas sim nas mesas do ‘Escritório 45’, também foram apreendidos.”

O Departamento de Justiça tirou uma foto dos documentos recuperados, que possuíam rótulos como “SECRETO” e “ULTRA-SECRETO”. Alguns dos arquivos encontrados estavam marcados como “informações compartimentadas confidenciais”, enquanto outros eram tão confidenciais que os agentes de contra-inteligência do FBI que revisaram os materiais precisaram de autorizações de segurança adicionais.

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“O fato de o FBI ter recuperado o dobro de documentos com rótulos de confidencialidade do que a ‘busca diligente’ que o advogado do ex-presidente e outros representantes tiveram semanas para realizar, põe em sério questionamento as declarações feitas”, diz o Departamento de Justiça.

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Os promotores federais argumentaram, ainda, que Trump não tem base para buscar a nomeação de um chamado “mestre especial” – reservado a membros do Poder Executivo do país – para revisar os arquivos, em uma tentativa de se proteger contra a investigação.

O Departamento de Justiça acrescentou que, mesmo que Trump pudesse de alguma forma conseguir o privilégio, isso não se aplicaria ao caso atual porque os documentos rotulados como secretos foram apreendidos como parte de uma investigação criminal sobre o próprio manuseio dos documentos.

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