EUA: Senado aprova acordo para Congresso revisar pacto nuclear com Irã
Medida define que o Legislativo poderá revisar os termos finais de um acordo com Teerã. E impede Obama de retirar sanções contra o país enquanto a revisão é feita
O Senado americano aprovou com folga nesta quinta-feira o projeto que dará ao Congresso o direito de revisar um acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano. O texto foi aprovado por 98 votos a 1, sendo que o único voto contrário foi do republicano Tom Cotton. A proposta vai agora para a Câmara dos Deputados, que deve aprová-la na próxima semana.
O texto dá ao Congresso um prazo de 30 dias para revisar um acordo que venha a ser fechado entre o Irã e o grupo 5+1, composto pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e China -, e pela Alemanha. Enquanto o acordo estiver sendo revisado, Obama ficará impedido de retirar as sanções americanas contra o país persa que tenham sido aprovadas pelo Congresso.
A Casa Branca já havia comunicado que, embora Obama não estivesse “particularmente entusiasmado” com a proposta, ele não vetaria o texto por considerá-lo mais razoável do que ideias apresentadas anteriormente pela maioria republicana que controla o Congresso. O projeto foi negociado durante três meses entre as lideranças dos partidos Republicano e Democrata.
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O senador Cotton, por exemplo, havia tentado inserir um trecho que condicionaria qualquer acordo à apresentação de provas concretas de que o Irã não estava envolvido em atividades terroristas contra os Estados Unidos. Marco Rubio exigia que Teerã reconhecesse o Estado de Israel. A administração Obama alegou que as exigências seriam um obstáculo a um acordo para impedir o Irã de desenvolver uma bomba atômica.
“Muitos queriam que esta lei fosse mais forte. Eu não discordo, mas esse projeto de lei é merecedor do nosso apoio”, declarou o republicano Mitch McConnell, líder da maioria, ao discursar na quarta-feira. “Ele oferece a melhor chance para que os americanos, e o Congresso que eles elegeram, tenham poder sobre uma questão vital”. O senador republicano Bob Corker, chefe da Comissão de Relações Exteriores que elaborou a legislação, afirmou que “a população americana quer que o Senado dos Estados Unidos e a Câmara dos Deputados possam representá-la ao tornar o Irã responsável por seus atos”.
(Da redação)